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14 dezembro 2012

POR QUE OVELHAS?

Lucas 15, versículos 1 a 7, nos transmite a parábola da ovelha perdida, magistral ensino de Jesus sobre o comportamento ignorante e rebelde do homem face ao inefável amor de Deus e o valor inestimável que Ele dá a cada um dos seus. Magistral figura, que deve continuar a ser ensinada em todas as oportunidades, por tudo o quanto encerra sobre o pecador e recuperado.
Mas, deixando um pouco de lado a ovelha desgarrada, pensemos um pouco naqueles 99 que o pastor deixou seguras no deserto para buscar a perdida. E por que razões estas 99 ovelhas se sentiam seguras?
É preciso conhecer um pouco da vida pastoril, para entender. Nas regiões pastoris do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, se aprende isto; o pastor nunca sai só, com as ovelhas, leva sempre dois ou três rapazes e mais alguns cães de guarda, especialmente treinados para o mister. A Bíblia não nos dá esse pormenor, mas é impossível imaginar que o pastor houvesse deixado 99 ovelhas desprotegidas num deserto para buscar uma só, desgarrada. Então, o bom senso e a lógica me faz crer que o pastor escolheu um lugar próprio, quem sabe uma espécie de oásis, e ali deixou as 99 ovelhas com seus auxiliares e em lugar seguro. O que fazia com que estas ovelhas se sentissem em segurança?
Em primeira razão, elas sabiam estar sob a guarda de um pastor; embora momentaneamente ausente, ali estavam seus representantes, da confiança do pastor. Assim o cristão: corporalmente ausente o Bom Pastor, por um pouco de tempo, tem ele os "auxiliares", pastores e oficiais de sua igreja, que o alimentam e o guardam dos perigos. Tem o cristão a Bíblia, que ele pode ler, pode ouvir e alimentar-se espiritualmente, até a volta do Bom Pastor.
Como segunda razão, aquelas 99 ovelhas se sentiam seguras porque estavam num lugar próprio para abrigo, quem sabe um oásis, em meio ao deserto. Ali, na ausência do pastor, havia água, alimento, segurança e descanso. Tal qual o cristão, deve sentir-se seguro,  alimentado e tranqüilo, neste oásis que é a igreja militante, em meio ao imenso e inhospito deserto, que é o mundo, cheio de enganos e perigos, até a volta do Bom Pastor.
A terceira e última razão por que as 99 ovelhas se sentiam seguras é que elas se congregavam num só rebanho. Como se sabe, ovelhas são animais muito mal aquinhoados pela natureza, quanto aos sentidos; a visão de ovelha não ultrapassa 50 metros; seu faro é quase nulo; sua voz, isto é, o seu balido, é fraquissimo e sua audição não vai além da sua visão. Além disso, não possui nenhum elemento natural de defesa pessoal,
nem mesmo sabe correr; diante do perigo, fica imóvel, inerte e inerme, entregue ao seu algoz.
E aqui vem o ensino: por que motivo Jesus nos chama de ovelhas? Simplesmente porque, mesmo longe dele, por um pouco de tempo, estamos sob a guarda dos seus "auxiliares", pastores, oficiais, missionários e pregadores, que nos proporcionam a segurança de que carecemos. Ovelhas só têm condições de sobrevivência se estiverem sob a guarda de um pastor, em lugar seguro e congregadas em rebanho. por esse motivo Jesus não nos chama de bois, de leões nem de águias. Ovelhas, simplesmente. Quando o homem, em sua bem conhecida arrogância, se julga forte bastante para dispensar o Pastor, a igreja e a companhia de outros irmãos, o que acontece? O homem, a criatura humana, aliás, mal enxerga, mal clama, mal ouve e mal sente, embora se orgulhe de ser forte, robusto o bastante para enfrentar o mundo.
Em Mateus 14:22 a 36, somos ensinados do episódio de Jesus andando por sobre o mar e sobre a tentativa do impetuoso Pedro em imita-lo. Sabemos que, se Jesus ali não estivesse, Pedro se teria afogado. Já ouvi mais de um sermão dizendo que a falha de Pedro foi falta de fé no momento exato ou do medo que ele sentiu do vento; para mim, a grande falha do velho apóstolo foi ele ter saído do barco; ali havia perigo, mas ainda assim era um barco. Fora do pequeno bote a morte era certa. Jesus podia andar sobre a água, pois Ele não está sujeito a leis físicas, de sua própria criação, mas Pedro, como criatura humana, teria que estar sujeito a elas.
Assim nós, os cristãos: em perigo na igreja, perdidos fora dela. E o que é a igreja, se não um barquinho em perigo neste mar encapelado que é o nosso mundo, perverso e dominado pelo maligno? Permaneçamos na
igreja, portanto, pois todo aquele que a deixa, por um ou outro motivo, "vai ao fundo". Jamais se ouviu dizer que alguém haja abandonado a igreja, seus líderes, a companhia dos irmãos e haja continuado a ser um cristão. A igreja é, realmente, uma congregação de pecadores, cada membro com a sua carga pesada do
velho homem, mas conscientes disso, permanecem ali, fiéis, sabendo que ali está, representado, a segurança, o alimento, a paz entre tormentas e a salvação. Mateus 16:18 nos transmite uma solene promessa de Jesus, de que as portas do inferno não prevalecerão contra a sua igreja.
Ismar R. Lima

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