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01 julho 2013

O JANTAR ESTÁ QUASE PRONTO

Algum tempo atrás, eu e alguns familiares fomos visitar a cidade onde vivi os cinco primeiros anos de vida. Meu pai havia pastoreado ali enquanto era seminarista.
Eu nunca mais tinha visto a casa onde moramos, portanto, não poderia reconhecê-la. Lembrei-me bem de como ela era, mas não de onde ficava. Meu irmão mais velho estava comigo; sendo oito anos mais velho que eu, ele se lembrava do lugar; assim que chegamos lá, as lembranças começaram a jorrar, lembranças de mais de sessenta anos.
As memórias voltaram quando vi a varanda que cercava dois lados da casa simples. Um pouco distante da porta que dava pra varanda, celebramos o primeiro Natal de que me recordo. Não foi um Natal parecido com os de hoje em dia.
Hoje, as crianças pedem e recebem tantas coisas caras e, mesmo assim, não ficam satisfeitas. Nossos desejos eram simples. Tinham de ser.
Lembro-me bem daquele Natal. Eu ainda não tinha completado cinco anos. Ganhei doces especiais da época, castanhas, uma laranja e, o único outro presente de que me lembro — uma réplica da arca de Noé. Era uma coisa pequena. Como me orgulhei daquela arca! E como me diverti brincando com ela! Todas as verdades bíblicas relacionadas à arca de Noé ficaram para sempre gravadas em minha mente por causa daquele presente simples.
Também me lembrei, observando o local, de que sessenta e tantos anos no passado havia um enorme lote vazio ao lado de nossa casa. No fundo da propriedade havia uma árvore maravilhosa. Quando eu era um pingo de gente, meu playground favorito ficava embaixo dos ramos estendidos daquela árvore.
Nosso quintal era protegido por uma cerca à moda antiga. Uma das ripas havia quebrado e eu atravessava pelo vão e ia brincar no lote vizinho, embaixo daquela árvore.
Segundo me lembro, minha ocupação principal naquela época era fazer tortas de barro. Uma ambição bastante humilde, não? Mas de alguma forma, a brincadeira me agradava. Eu despejava água num monte de terra, fazia as tortas e punha-as para secar ao sol.
Meus amigos, achamos graça disso, mas, infelizmente, muitos filhos de Deus se divertem por aí fazendo tortas de barro. Brincam ao redor neste velho mundo sujo, nojento. No que diz respeito às consequências eternas e aos valores espirituais, não estão construindo nada mais importante do que as tortas de barro que eu fazia.
Lembro-me que naquele verão, não importava a duração do sol, eu nunca brincava o bastante. Quando o sol se punha, e as sombras da noite marcavam presença, lembro-me, como se fosse ontem, de meu pai saindo na varanda, correndo os olhos pra me achar, e chamando: “Beauchamp!”. Eu estava tão ocupado que fingia não ouvi-lo. Então, ele chamava um pouco mais alto e com mais firmeza: “BEAUNCHAMP!”. Eu sabia que era melhor responder logo: “Estou indo, pai”.
Ele respondia: “Está escurecendo, filho. Venha tomar banho. O jantar está quase pronto. Filho, está ficando escuro; venha se limpar”.
Meus amigos, creio que se pudéssemos usar os olhos do Espírito Santo, veríamos o Pai Celeste segurando a maçaneta do Céu, pronto a sair na varanda do firmamento e chamar seus filhos que estão fazendo tortas de barro ou outras coisas sem muito valor eterno:
“Filhos, está escurecendo...”, e como está escurecendo. “Filhos, está ficando escuro. Venham se limpar. O jantar está quase pronto.”
Benditos são os que foram convidados para o Banquete de Casamento do Cordeiro.
Dr. G. Beauchamp
(Sword of the Lord)

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