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Como Chegar?

18 março 2014

Como pensar sobre Deus

Há muitos e muitos anos, quando estava levantando sustento, apresentei meu ministério à igreja de um amigo de seminário. Nós até cantávamos no coral juntos. Ele foi o melhor tenor com o qual tive o privilégio de cantar. Agora, em um novo ministério como pastor de música, ele e sua igreja estavam em pleno processo de transformação. Ele me contou sobre um show gospel que os líderes de sua igreja assistiram. No início ficaram ofendidos com a música, mas no final o cantor colocou a guitarra de lado e começou a pregar. Meu amigo e os outros pastores pensaram que, já que o tal astro pregava mensagens fortes, não haveria problema levar os jovens a ouvirem as músicas dele. Continuando, meu amigo me contou algumas práticas que estavam instituindo e, por acaso, mencionou que às vezes eles batem palmas a Jesus. — A gente aplaude tanta coisa, por que não Jesus? Não soube lhe responder, mas ao analisar a pergunta biblicamente, não vi motivos para respondê-lo negativamente. Mesmo assim, senti um ligeiro incômodo com a ideia. Tanto, que nunca fiz isso na minha igreja. Recentemente, por ocasião do Natal, minha esposa e eu estávamos ouvindo o CD Messias, de George Frederick Handel. Trata-se de um oratório bem conhecido e contém o famosíssimo “Coro Aleluia”. Já cantei este coro diversas vezes e é costume ficar em pé quando o coral começa a cantar. Este costume remonta para os tempos da estreia. Quando o rei da Inglaterra ouviu o coro pela primeira vez, ele se colocou de pé. Uma vez que ele estava de pé, a plateia toda também ficou de pé em homenagem ao “Rei dos Reis (Aleluia! Aleluia!) e Senhor dos Senhores (Aleluia! Aleluia!)”. O coro continua “E ele reinará para sempre e para sempre”. Que sublime gesto por parte do soberano da Inglaterra ao reconhecer o Soberano da terra e céus! O “Coro Aleluia” é minha segunda parte predileta do Messias. A parte que mais amo é o coral no fim “Digno É o Cordeiro”. A letra é o texto dos dois grandes hinos de Apocalipse 5:12-14. E quando termina, o coro logo entra em um grande e retumbante “Amém”. Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor. Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos. Glorioso! Majestoso! O tipo de experiência que faz um amante de Deus tremer todinho por dentro. Querer lançar-se aos pés do Cordeiro. Todas as outras tentativas que já ouvi para transformar este hino em cântico são pífias e risíveis. Parecem música escrita para algum desenho da Disney. Não provocam a mesma reação. Não levam o filho de Deus a querer se atirar aos pés de Jesus. Há muito tempo tenho uma pergunta que não quer calar: Se o rei da Inglaterra se levantou quando cantaram o “Aleluia”, como ele conseguiu ficar sentadinho quando cantaram “Digno É o Cordeiro”? Este ano, ao ouvir novamente O Messias, surgiu outra pergunta: uma vez que o rei se levantou quando cantaram o “Aleluia”, o que ele deveria ter feito quando cantaram “Digno É o Cordeiro”? E, se eu fosse começar uma nova tradição, que tradição eu instituiria? Ficar novamente em pé? Não. Muito repetitivo e arrogante. Aplaudir? Não! Não! E Não! O só sugerir me enche de nojo misturado com horror. Imagine! Que tal todo mundo se colocar de joelho e curvar a cabeça em adoração? Ou, melhor ainda, cair estendido no chão? É isso! Se um dia o coral da minha igreja cantar “Digno É o Cordeiro”, de Handel, vou pedir que todos se ajoelhem perante o Cordeiro. Aí lembrei do meu amigo que instituiu aplausos a Jesus na sua igreja e pensei: — É isto que está errado com as nossas igrejas: em vez de cair rosto em chão diante do Cordeiro, o aplaudimos como se acabasse de receber um Oscar.

Mark A. Swedberg

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