Celebra-se a páscoa em todo o mundo chamado cristão. A
coercitiva força de tais comemorações se faz sentir até mesmo no meio
evangélico. E quanto aos crentes em Cristo Jesus, é lícito que se juntem a todo
mundo nos festejos da páscoa? É o que veremos a seguir. E, antes de fazê-lo,
julgamos ser útil, de início, declarar que, desconhecendo o real sentido desta
festa judaica, a cristandade termina transformando a páscoa numa festa de ovos,
coelhos, carnaval, etc.
Tem sido comum às igrejas bíblicas aproveitarem esta
oportunidade para, em séries de conferências, anunciar o verdadeiro sentido da
Páscoa e seu solene fato central - JESUS CRISTO.
A CRISTANDADE E A PÁSCOA.
É um acontecimento religioso pelo qual se pretende
comemorar a ressurreição de Cristo, lembrando os fatos meramente históricos de
seus sofrimentos. É precedida pela quaresma: da 4ª feira de cinzas até ao que
se convencionou chamar domingo da ressurreição. A páscoa da cristandade está,
pois, ligada à festa pagã do carnaval, no calendário católico. É de todo
aconselhável aos evangélicos, que ainda se importam com a sã doutrina, fixarem
este fato: A páscoa, da Igreja de Roma cai após a quaresma: Quarenta dias após
o carnaval. Tal fato, a torna ajuntamento solene associado à iniqüidade, condenado,
portanto, na palavra de Deus, em Isaías 1.13; 5.11, 12. Tal páscoa estabelece
vínculo ecumênico - e este é seu objetivo atual - entre o cristianismo
paganizado, os evangélicos ingênuos e os protestantes desviados da sã doutrina.
A reciprocidade da saudação: “Feliz páscoa” objetiva e fortalece tal vínculo.
OVOS E COELHOS.
Os povos nórdicos, notadamente os anglo-saxões,
comemoravam a entrada da Primavera com festas e folguedos, usando o coelho como
símbolo da vida e a fertilidade que a primavera anuncia em sua passagem. Os
antigos chineses também comemoram a entrada da Primavera, mas usavam o ovo com
a mesma simbologia introduzida pelos povos nórdicos. Estas tradições pagãs
milenares foram introduzidas oficialmente pela igreja de Roma, em 1215, nas comemorações
da Páscoa, e passaram a significar ressurreição, esperança e fraternidade. No
começo os ovos eram de galinha ou de pata pintados. Mais tarde apareceram ovos
mais aprimorados e eram feitos de madeira ou cera. Em 1828, na Europa,
desenvolveu-se a indústria de chocolate, quando surgiram os primeiros ovos de
chocolate. Foi no início do século XX que os ovos de Páscoa enfeitados
apareceram. Na década dos 20 chegaram de Paris ovos de chocolate decorados com
papéis e fitas. Ultimamente surgiu o “Pascoal”, um boneco de chocolate que se
une aos demais símbolos, para afastar o Senhor Jesus da mente dos homens; Ele,
que era o principal elemento profético da Páscoa. Assim, os ovos e os coelhos
substituíram o Senhor Jesus nas comemorações da Páscoa, tanto quanto o Papai
Noel tomou o lugar de Cristo, no Natal. É fácil concluir, portanto, que a
Páscoa, hoje, é sinônimo de coelhos e de ovos de chocolate.
A PÁSCOA E O VERO CRISTIANISMO BÍBLICO.
É a primeira das três festas dos judeus, conhecida
também como FESTA DOS PÃES ASMOS (Êxodo 12.1-28; 23.15; Dt 16.6). Foi
instituída por Deus no Egito e comemorava o êxodo dos judeus, desse país bem
como sua liberação do jugo do faraó reinante (Êx 12.1, 14, 42.15; Dt. 16. 1,
3). O elemento principal da ceia pascal era o cordeiro, cujo sangue apontava
profeticamente para o CORDEIRO DE DEUS, que tira o pecado do mundo (Êxodo
12.1-8, Dt 16.5, 6; Jo 1.29). Sendo assim, e como tal, esta festa não nos diz
respeito a nós, os crentes evangélicos bíblicos.
O objetivo da páscoa, em seu simbolismo profético, já
foi alcançado. Apontando para Cristo, a páscoa se incluía entre as sombras que,
profeticamente anunciavam a primeira vinda de Cristo como o Messias prometido,
o qual, tendo já vindo, substituiu as sombras, tornando-se, Ele mesmo, NOSSA
PÁSCOA, isto é: NOSSA REDENÇÃO. Ao lembrar o inconfundível fato, Paulo declara
ser JESUS CRISTO a NOSSA PÁSCOA (I Co 5.7, 8). Em vez, portanto, de uma festa
judaica, ou cristã pagã, nossa páscoa é uma Pessoa: O SENHOR JESUS CRISTO. E
Esta Vera Páscoa, em contraste com a páscoa judaica transitória, veio e ficou
nos corações dos que o aceitaram de fato como SENHOR e SALVADOR.
Jesus celebrou a páscoa pela última vez e instituiu
(1. dar começo a; estabelecer, criar, fundar), em seu lugar, a Ceia Memorial. Aquela
última páscoa, ficou encerrada a antiga aliança relembrada e legalmente
instituída no Sinai (Lc 22.14-18). Logo em seguida, a Ceia é instituída,
memorando a Nova Aliança no Seu Sangue (Lc 22.19, 20).
A Ceia, portanto, é para ser comemorada até que Cristo
volte e não a páscoa, cujo término foi retificado com a morte de Cristo no
Calvário - acontecimento para o qual a páscoa apontava. Ao que parece, a páscoa
reaparecerá, com mera finalidade memorial, no estabelecimento do Reino Milenar
de Jesus (I Co 11.23-26; Lc 22.14, 18).
É bom lembrar. A páscoa dos judeus não estava
associada a qualquer festa pagã, como a páscoa da cristandade está ligada ao
carnaval. Vinculava-se, antes, aos feitos de Deus na liberação dos judeus do
jugo egípcio, e a Seus propósitos proféticos relacionados com o Senhor Jesus
metaforizado ou tipificado no cordeiro pascal.
Resistindo à coerção da páscoa meramente sentimental e
ecumênico-pagã da cristandade, fiquemos nós, os crentes em Cristo, com o Senhor
Jesus, nossa Verdadeira e Eterna Páscoa. Ninguém vos engane.
Compilado do Pastor Gerson
Rocha.
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