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26 julho 2014

A FLOR MAIS BONITA

O banco do parque estava vazio quando me sentei para ler debaixo dos galhos longos e espalhados de um velho salgueiro. Estava desiludida da vida e cheia de motivos para andar de cara amarrada, pois o mundo todo virara-se contra mim. E se isso não bastasse para arruinar meu dia, um garoto, quase sem fôlego de tanto brincar, se aproximou. Ficou bem na minha frente, com a cabeça inclinada para um lado, e disse todo empolgado: “Olha o que eu achei!” Tinha uma flor nas mãos. Era uma coisinha feia, toda murcha por falta de água ou claridade.
Falsifiquei um sorriso e mudei de posição, desejando que o menino tirasse aquela flor morta dali e fosse brincar em outro canto. Em vez disso, ele sentou-se ao meu lado, cheirou a flor e exagerou: “Que perfume gostoso, e que linda flor! Foi por isso que a apanhei; toma, é sua”. Aquela imitação de flor à minha frente estava morta ou quase, sem nenhuma cor viva, como o amarelo, laranja ou vermelho. Mas eu sabia que se não a pegasse, o menino continuaria sentado ali. Estendi a mão e afirmei: “Era só o que eu precisava”. Porém, em vez de me dar a flor, ele a ergueu, sem mais nem menos. Foi então que percebi que o menino da flor não enxergava; era cego. Minha voz tremeu e as lágrimas brilharam como o sol, quando lhe agradeci pela flor mais linda do mundo. “Foi um prazer”, ele respondeu sorrindo, e correu para brincar, sem perceber o impacto que havia causado em mim naquele dia. Continuei sentada, imaginando como ele conseguiu enxergar uma mulher cheia de auto-comiseração, embaixo de um velho salgueiro. Como ele descobriu minha tribulação auto-imposta? Talvez seu coração tivesse sido abençoado com a verdadeira visão. Finalmente, pelos olhos de uma criança cega, consegui enxergar. Eu era o problema. Durante muito, muito tempo, tinha estado cega. Prometi a mim mesma que admiraria a beleza da vida e apreciaria cada segundo de minha existência. Depois cheirei a flor murcha e senti o perfume de uma linda rosa. E sorri ao ver o menino, com outra flor murcha nas mãos, a ponto de mudar a vida de um velho desavisado.
(Escrito por uma missionária)

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