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04 setembro 2014

MORDOMIA BÍBLICA PARA A IGREJA LOCAL

Texto: Malaquias 3:6-12
Introdução: As religiões, de maneira geral, têm a prática de receber contribuições para assim se manterem. Algumas obtem estas contribuições de seus seguidores na forma de ofertas e dízimos; outras usam outras formas: cobranças por trabalhos realizados, festas de arrecadações de fundos, etc. e ainda outras são mantidas por terceiros (pelo estado, ou contribuição dos que não são seguidores).
O princípio bíblico acerca do sustento da obra de Deus é de que aqueles que seguem a Deus devem manter os que se dedicam ao serviço de Deus. Notamos no Antigo testamento a prática do dízimo. Esta prática é muito antiga e não era restrita apenas aos povos bíblicos. Outros povos do Oriente e até os povos indogermânicos o praticavam ( DITNT, prim. Vol.pg. 675ss, ED. Vida nova), e neste mesmo volume encontramos vários exemplos de povos antigos dedicando seus dízimos a governos.
Em Gênesis 14:20, Abrão dando os dízimos de sua conquista a Melquisedeque, sacerdote do Deus Altíssimo, e, em Gn. 28:22, Jacó prometendo dar o dízimo a Deus, se fosse abençoado. Quando a lei foi dada, Deus estabeleceu diversos princípios para o sustento da tribo de Levi, que havia sido escolhida para o serviço religioso. Os Levitas não receberiam terra para lavrar, pois, como se consagrariam exclusivamente ao serviço do tabernáculo, seu sustento, então, viria do povo nas seguintes formas:
1) Ofertas - vários tipos de ofertas estalecidas por Deus (como as primícias, nesta o povo demonstrava o seu reconhecimento de que a terra e os seus frutos provinham de Deus; ofertas de coisas consagradas, ofertas voluntárias, etc. (Ex. 23:16, 19, 25:2-7; 34:22-26)
2) Dízimo - este deveria ser dado aos levitas, que então tiravam os dízimos para os sacerdotes (Lv.27:30; Nm.18.21-32). Deus advertiu que o povo de Israel não poderia abandonar os levitas (Dt.12:11, 12, 19; 14:27; 26:12, 13). Devemos notar que os dízimos tanto eram para o sustento dos levitas como também para ajudar os necessitados.
Quando o povo se estabeleceu em Canaã, nem sempre cumpriu estas normas, e Deus teve que intervir várias vezes. Em II Cr. 31:4-12 na reforma religiosa que o rei Ezequias empreendeu, ele ordenou que se trouxesse o que era devido aos levitas e sacerdotes, para que estes pudessem se dedicar à lei do Senhor. Em Ne.10:37-39; 12:44-47; 13:10-13, na volta do exílio, Neemias restaleceu esta prática. Mas quando ele se ausentou, o povo não mais contribuiu, de maneira que os levitas e cantores do templo abandonaram o trabalho da casa de Deus para obter o seu próprio sustento. Ao voltar, Neemias insistiu para que o povo retornasse a entregar seus dízimos e ofertas. Em Ml.3:6-12, Deus diz que o seu povo o estava roubando quando deixava de dar os dízimos e ofertas, pois quando um israelita não dava o dízimo, ele estava roubando o reconhecimento e gratidão, e também uma oportunidade de cooperar com a obra de Deus e demonstrar preocupação com os necessitados.
Também o livro de Provérbios (3:9, 10; 11:24-25) enfatiza que a fidelidade nos dízimos e ofertas traz bênçãos aos ofertantes! No Novo Testamento o dízimo é pouco mencionado. O Senhor Jesus cita em Mt. 23:23; em Lc. 11:42; 18:12. Nas duas principais referencias, ele adverte aos escribas e fariseus de que sua contribuição deveria ser acompanhada de justiça e amor, pois isto é a essência da verdadeira religião. No entanto ele não desaprova a prática do dízimo.
1) Jesus elogia a viúva que havia contribuído com tudo que tinha (Lc.21:1-4), promete bênção a quem contribuir (Lc.6:38) diz que o trabalhor é digno do seu trabalho, referindo-se aos discípulos que estava enviando (Mt.10:10; Lc.10:7), e observa que os discípulos não deveriam se aproveitar disto. O apóstolo Paulo ordenou que se fizesse coleta em favor dos pobres (I Co.16:1-3; II Co. 8 e 9; Ef. 4:28), disse que os cristãos deveriam sustentar os que se dedicavam ao ministério (I Co. 9:6-14). Ele considerou isto um direito que tinha por pregar o evangelho, mas não fez isto nem em Tessalônica (II Ts. 3:9, 10) para não colocar impedimento ao progresso do evangelho, Ele recomendou a generosidade (II Co. 9:7; I Co. 16:2), tendo a generosidade de Cristo como modelo (II Co. 8:9) e que não se deveria contribuir com relutância ou compulsão (II Co. 9:7), ensinou que os obreiros são dignos do salário que recebem, sendo que aueles que fazem o seu trabalho são merecedores de honorários maiores, especialmente os que se dedicam a pregação e ao ensino (I Tm. 5:17, 18). Aos gálatas Paulo disse que aqueles que são instruídos devem ajudar a sustentar os seus mestres (Gl. 6:6) e que os crentes gentios são devedores de bens materiais aos Judeus, porque estes lhes compartilharam bens espirituais (Rm. 15:25-27), em Fp.4:10-20; Paulo agradece a oferta que os irmãos daquela igreja tinham lhe enviado. Vamos notar algumas coisas aqui:
1. O obreiro deve aprender o contentamento independente do que recebe, o poder de Deus o capacita a isto (vs.10-13), 
2. A congregação que dispõem a compartilhar com os obreiros em suas necessidades faz algo bom (v.14)
3. A igreja de Filipos já havia contribuído com Paulo outras vezes, e Paulo até usa uma linguagem comercial para descrever tal cooperação - era como se os Filipenses tivessem aberto uma conta de débito e crédito com ele. As congregações devem estar dispostas a se tornarem “sócias” na expansão do evangelho (vs. 15-16).
4. Paulo continua usando a metáfora comercial, e diz que o investimento dos filipenses iria lhe render dividendos celestiais. Quando contribuímos para missões, transformamos bens materiais em riquezas espirituais (v.17).
A contribuição dos filipenses tinha sido como um sacrifício. Oferecido a Deus, e do qual Ele se agradara. Devemos encarar nossas contribuições para missões como algo ofertado a Deus (v.18).
Deus suprira as necessidades dos filipenses (v.19), não era uma igreja rica, com dinheiro sobrando, pelo contrário era uma igreja que passava por uma profunda pobreza (II Co. 8)
Duas advertências quanto ao sustento dos obreiros:
1. Alguns ministros são vistos como pessoas que entraram para o ministério para fazer um bom negócio. Já que o pastor ou missionário não precisa trabalhar muito para ganhar dinheiro. Os obreiros devem ter muito cuidado com este conceito e demonstrar seriedade no seu trabalho. Ele é chamado de trabalhador e deve labutar (a palavra dá a idéia de trabalho duro na palavra) conforme I Tm. 5:17-18.
Evitar abuso por parte da congregação. Algumas igrejas acham que por remunerar o pastor ou sustentar o missionário, têm o direito de controla-los. O relacionamento entre obreiro congregação deve ser de comunhão, ou sociedade, que foi a palavra usada por Paulo, em Gálatas 6:6 (A Mensagem de Gálatas, ABU, 1999).
Concluímos, dizendo que é princípio bíblico que o povo de Deus sustente a expansão da obra de Deus, sustentando aqueles que têm dedicado suas vidas ao trabalho de espalhar ou levar o evangelho, que este é um direito do obreiro, mas que em algumas ocasiões é aconselhável ao obreiro abrir mão deste direito, “e fazer tendas” (At. 18:3), especialmente em lugares onde o fato de ter sustento vindo da obra vai criar embaraços para o evangelho.
Pr. Mário Jose da Silva

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