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14 novembro 2014

PERDI TUDO!

Perdi-me quando “negligenciei o mandamento de Deus em virtude da tradição dos homens”. Quanta abominação é isso à vista daquele que não pode contemplar o mal. Quão miserável me tornei quando coloquei sobre as costas de outros um jugo que eu mesmo nunca carreguei cujo intuito era angariar aplausos de homens mais hipócritas do que eu.

Negligenciei meu relacionamento com Deus adequando-o a cumprimentos de regras litúrgicas pelo formalismo monótono, árido, sem vida e esperança. Fiz disto meu parâmetro legal para atenuar a culpa latente por não cumprir toda a lei. Fiz do secundário o fundamental e do fundamental o secundário. Justificando minha religiosidade disse a minha alma inquieta “é corbã”, ou seja, “oferta para o Senhor”; mas longe estava o meu coração e isso dizia apenas de lábios.

À vista de todos honrei a Deus com as minhas palavras, com a minha “inteligência” e com a teologia. Por vezes estive atento a lei, tornando-me “irrepreensível” perante os mortais. Todavia, “tornar irrepreensível”, me trouxe a soberba de me gloriar na lei, substituindo a única justiça perfeita, a saber, Cristo, o Qual é o fim da lei para todo o que nEle crer. Cri em mim mesmo – cumpri a lei diante dos homens, no entanto, à vista de Deus tropecei em um “único ponto”; réu de todas me tornei.

Meu temor já não era para com Deus, mas sim em perder minha reputação. Consistia apenas em preceitos de homens que maquinamente aprendi (Is 29.13). Fui moldado pela teologia dos “ortodoxos” e me deixei levar por aqueles que estão na aridez espiritual; acreditei neles, e por algum tempo pensei que Deus era um ser “impassível”. Mas o Espírito levou-me às Escrituras: “Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor”, disse o Senhor Deus (Os 11.4). Então fui inundado pelo amor paterno; o testemunho do Espírito prevaleceu contra a persuasão humana. Entendi que Deus se “comove e que suas compaixões se ascendem para com aqueles que O amam” (Os 11.8).

O fermento dos religiosos está a levedar toda a massa. Sempre dispostos a legitimar suas vaidades “do saber” com seus “sacrifícios” em detrimento da “misericórdia”. Vão pelo caminho largo. Constantemente estão a se desviar do caminho estreito.

Quão pobre e miserável nos tornamos quando limitamos as fronteiras do “agir de Deus” apenas ao nosso quintal. Ainda que haja o labor em nós – grande esperança nas tribulações; ainda que haja a iluminação do Espírito para colocarmos a prova, pela doutrina, aqueles que dizem serem apóstolos, mas que são obreiros fraudulentos – caímos por termos deixado o primeiro amor.

Que exortação terrível de se escutar dos lábios dAquele que nos amou primeiro: “volte à essência dAquele que é amor”. Algo muito sério está contrário a nós; talvez o mais sério de todos, ao ponto de Nosso Senhor ameaçar tirar “nosso candelabro do seu lugar devido”. Perdi tudo! Perdi o primeiro amor!

O amor sincero, despojado, alegre e vigoroso; que ama sem saber quem. O amor que usava de misericórdia e se alegrava simplesmente “no pertencer” a Deus. Parece-me que deste amor estou carente; o amor que, como criança, faz reclinar a cabeça no peito de Jesus e escuta o compasso das batidas do seu coração.

Tornou-me “intérprete da lei”; alguém com muitas informações – “mestre” nas articulações apologéticas - talvez um “escritor” conhecido nas redes sociais. Mas distante deste amor me tornei frio, calculista, sectário e seletivo - amando apenas os da minha “tribo”. Tornei-me um “levita” ocupado nos afazeres do templo. Mas perdi tudo!, quando deixei o “coração de samaritano” que amou a Deus acima de todas as coisas amando o próximo como a si mesmo. Esqueci que disto depende Moisés e os profetas, os quais tanto uso nos meus argumentos teológicos.

Agora nada mais sou que um “bronze que soa” - um “címbalo que retine”. Talvez tenha o dom de profetizar e a virtude do conhecimento da ciência; ainda que neste caos o qual tenhamos vivido (guerras e rumores de guerras) não tenha perdido a fé que remove montanhas - de nada disso vale ou valerá, pois perdi tudo! Perdi meu primeiro amor! Sem amor de nada valerá, pois de tudo restará apenas o amor que cumpre toda Lei que é Santa, Boa e Perfeita. Quando, porém, vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado; sobrará apenas o amor, pois o “amor jamais acaba”.

Por isso perdi tudo! Perdi meu primeiro amor o qual amava o Amado da minh'alma.

Soli Deo Gloria!

Fabio Campos

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