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26 abril 2015

NÃO PASSO RAIVA; PASSO PRA VINGANÇA

Todo mundo, menos eu, já tinha visto o adesivo em diferentes tipos de carros. Na semana passada, vi um reluzindo no pára-choque de um possante carro esporte, em grandes letras pretas: NÃO PASSO RAIVA; PASSO PRA VINGANÇA.
Podemos até mesmo tolerar a vingança em garotinhos de olhos malvados, mas esse estilo de vida transforma os garotos em adultos emocionalmente instáveis que rondam a cidade, ao volante de carros que pesam mais de uma tonelada, à procura de briga.
Pessoas que vão pela vida afora se vingando são como crianças que nunca crescem e precisam ser colocadas num canto, de castigo, até se acalmarem. Adultos que tropeçam pela sociedade, sempre tendo que ter a última palavra, deixam atrás de si um caminho de lágrimas, vidas estraçalhadas e, possivelmente, um boletim de ocorrência na delegacia.
A vingança cria um espírito maléfico. Infelizmente, a vingança se faz presente no meio evangélico.
Caim vingou-se de Abel porque Deus aceitou o sacrifício do irmão e rejeitou o seu. O preço foi alto. A vingança aconteceu em silêncio, mas Deus contou para todo mundo o que havia acontecido, e pelo resto da vida Caim levou a marca da vingança em seu corpo. A vingança é um negócio sujo que se iniciou nos portais do Éden. Parece que não vamos aprender nunca.
Quando os homens de Judá confrontaram Sansão por ele ter queimado a lavoura dos filisteus, o fortão respondeu: “Assim como eles me fizeram a mim, eu lhes fiz a eles” (Juízes 15.11).
Acho que a carroça de Sansão foi o primeiro veículo a exibir o adesivo: NÃO PASSO RAIVA; PASSO PRA VINGANÇA.
Neste caso, no entanto, depois de ficar com raiva e passar para a vingança, ele se viu numa enrascada ainda maior. A história não termina com a vingança de Sansão; ela continua como um rio de sangue por mais quatro capítulos de Juízes.
Em minha opinião, Deus tinha plano melhores para a força de Sansão do que a morte de 30 filisteus por causa de suas roupas, a captura de 300 raposas para serem usadas como tochas e a matança de mil homens com a queixada de um jumento. Sansão sempre lutou sozinho, quando poderia ter liderado um exército.
É verdade que Sansão conseguiu se vingar, mas nesse processo ele perdeu sua inocência nos braços de prostitutas, seus olhos foram roubados pelos filisteus, sua liberdade acabou-se na prisão e sua vida chegou ao fim no templo de Dagon. Que alto preço custou-lhe a falta de autocontrole!
Sansão morreu no templo da incredulidade, cego e acorrentado, junto com pessoas a quem odiava. Tudo porque usou sua imensa força na vingança. 
Jake DeShazer descobriu um jeito diferente de lidar com o ódio e o desejo de vingança.
Jake foi ser missionário no Japão, mas chegou através de um campo de prisioneiros em Xangai, na China. 
Ele foi um dos pilotos B-25 que voaram no famoso Doolitle Raid para bombardear os campos japoneses.
Jake foi capturado, e mais tarde encarcerado em Xangai, quando teve de derrubar seu avião. Ele e mais quatro prisioneiros foram torturados, espancados e passaram fome. Jake implorou aos captores que lhe arranjassem uma Bíblia, e converteu-se após quatro semanas de leitura.
Jake começou a ver seus carrascos sob nova perspectiva e orou para que Deus os perdoasse.
Depois da guerra, Jake voltou para os Estados Unidos e foi estudar num seminário. Deus o mandou de volta ao Japão em 1948, como missionário.
Certo dia, ele estava em Tóquio, na estação Shibuya, distribuindo um folheto intitulado Fui Prisioneiro de Guerra no Japão. Mitsuo Fuchida, o único piloto de Pearl Harbor que sobreviveu à batalha, recebeu um folheto. Fuchida havia pilotado o avião 360 no ataque a Pearl Harbor, em 1941. Ele começou a estudar a Bíblia e tornou-se um dos maiores evangelistas do Japão. (Ele costumava ler para seus ouvintes a brochura Que Devo Fazer Para ser Salvo?, escrita pelo dr. John R. Rice.)
A vingança de Jake DeShazer foi completa. Ele transformou um inimigo amargurado em um irmão em Cristo.
Em um de seus livros, Stan Mooneyham relata um incidente acontecido com Dale Carnegie enquanto este observava os tratadores alimentarem os ursos pardos, em Yellowstone Park.
“Certa noite, o tratador usou um monte de lixo para chamar a atenção das enormes criaturas que, segundo se diz, podem derrotar qualquer animal do oeste americano, talvez com exceção do búfalo e do urso Kodiak. Carnegie percebeu que os ursos permitiam que um animal pequeno se alimentasse com eles. Qualquer outro animal era enxotado na base do rugido—menos o gambá!
Era óbvio que os ursos pardos se ressentiam do atrevimento descarado do gambá, e adorariam se vingar dele, mas não o fizeram. E vocês sabem por quê. O preço da vingança seria alto demais!”
Vingar-se? Não, muito obrigado! Cada minuto gasto no planejamento de uma vingança rouba nossa paz de espírito. A vingança só consegue humilhar ou matar um inimigo, e acabar com nossa felicidade. O perdão, por outro lado, liberta tanto o ódio quanto o odiado e coloca o amor no lugar da vingança.
Só os fortes perdoam. Os fracos nunca perdoam. O pastor alemão luterano Martin Niemoller, depois de ser liberto do campo de concentração de Dechau, confessou: “Demorei a aprender que Deus não é inimigo de meus inimigos. Ele não é inimigo nem mesmo dos inimigos dele”.
É melhor deixarmos a vingança com Deus. Ele tem seu jeito particular de equilibrar a balança.

(Extraído do periódico Contact - Sword of the Lord)

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