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02 julho 2013

SOLA FURADA

Vinte e cinco anos como evangelista “itinerante”; vinte e cinco anos como pastor de uma igreja. Resumindo, esse foi o meio século de ministério de meu pai, Cinquenta anos recheados de experiências com a bondade e a graça de Deus. A “sola furada” é apenas uma de inúmeras delas. É a minha favorita porque fui participante da história.
No tempo em que foi evangelista, meu pai e minha mãe passaram por muitas provações. Durante um ano inteiro meu pai não fez nenhuma série de conferências nem recebeu convite para pregar em nenhuma igreja. Como itinerante, sem apoio de nenhuma denominação nem organização missionária, também não havia sustento financeiro. Mas aquele foi um ano esplêndido. Deus supriu todas as nossas necessidades, e no Natal nós, os filhos, recebemos mais presentes do que nunca. Como família, recebemos tantas coisas que pudemos compartilhar mais da metade com outras pessoas necessitadas.
Ah, mas houve aquele furo na sola!
Todos os dias daquele ano, meu pai lustrava os sapatos de meu irmão e os meus antes de sairmos apressados para a escola. Certa manhã, seu polegar atravessou a sola do meu sapato.
Não me lembro do que meu pai usou como “curativo”, mas nunca me esquecerei do que ele fez de verdade, e não do resultado.
Meu pai se ajoelhou na cozinha, e orou mais ou menos assim: “Senhor, eu e minha esposa não nos importamos com os sofrimentos, mas gostaria que meus filhos fossem poupados, eles não entendem. Por, favor, daria pra arranjar um par de sapatos para o Matthew, ainda hoje? ObrigadO, Senhor, Amém”.
Quando o carteiro passou, pela segunda vez naquele dia, ele colocou um envelope fininho em nossa caixa postal, O envelope tinha selo e carimbo do Japão. Dentro, havia duas libras esterlinas e uma cartinha dizendo:
Prezado Matthew [eu e meu pai tínhamos o mesmo nome] , acabei de chegar a Kobe, e tinha duas libras sobrando, Deus me pôs no coração que eu deveria mandá-las pra você em vez de convertê-las em ienes...
Tudor
A carta tinha vindo por via terrestre. Não existia correio aéreo naquela época. A resposta da oração do meu pai foi enviada dois meses antes, porém chegou na “hora certa”. Naqueles tempos pré-inflação. O dinheiro foi suficiente para o sapato, e ainda sobrou para outras necessidades. O remetente, pastor Tudor Jones, era missionário, e estava iniciando seu primeiro termo no Japão. Ele e meu pai eram grandes amigos.
O incidente me ensinou várias lições: a orar com fé, a ser um filho de Deus obediente, a confiar na fidelidade e cuidado amorosos do Deus que provê na hora certa.
Mais tarde, também entrei para o ministério do Evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo. A pregação do meu pai e a vida de união dele e de minha mãe para Deus, lançaram a base sólida para minha educação formal, primeiro no Instituto Bíblico Moody, em Chicago, e depois em duas universidades da Inglaterra.
No dia do meu casamento, eu e minha esposa recebemos um cartão com este versículo: “E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades” (Fp 4.19).
O cartão foi colocado junto a pia da cozinha. Sempre que lavava a louça, eu me recordava do furo na sola do meu sapato, algo que me deu, e continua dando, base para minha vida!
(Pr. Matthew Francis)

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