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28 fevereiro 2013

O CARÁTER E A CRUZ


Caráter, seja bom ou ruim, é mostrado por intermédio de nossos valores. Valores regem motivos, e motivos levam às atitudes. Juntos, valores, motivos e atitudes determinam o caráter da pessoa.
Em Filipenses 2, o apóstolo Paulo nos instrui a ter Jesus como exemplo máximo na formação do caráter cristão.
Claro que boas atitudes e mau caráter podem andar de mãos dadas. Conhecemos bem este cenário hipócrita. Motivos enganosos ou egoístas azedam a doçura de qualquer atitude correta. Contudo o caráter exemplar tem uma qualidade básica — abnegação — e decide fazer o “bem” para os outros sem precisar de reconhecimento. Paulo nos desafia: “Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros”. 
Embora lutemos para moldar nosso comportamento externo (atitudes), só Deus pode mudar nossos corações (motivos). Durante o tempo que fui diretor de uma escola evangélica, meu objetivo era desenvolver força de caráter no pessoal. Nossos alunos eram exemplares na obediência ao código de conduta.
Mas pela mesma razão que os judeus foram advertidos por Jesus, muitas vezes os alunos honravam a Deus com seus lábios, todavia seus corações estavam longe dele. Se eu pudesse fazer tudo de novo, nossa ênfase passaria de desempenho externo (atitude) para edificação de valores e motivos cristãos, que têm de incluir cooperação com Deus. 

Reconhecimento
Em Filipenses 2.6, Paulo mostra como edificarmos o caráter cristão e, para tanto, usa Jesus como nosso exemplo: “[...] não teve por usurpação ser igual a Deus”. Jesus não privou Deus, seu Pai, do reconhecimento que lhe era apropriado. Jesus se despiu de todos os direitos que possuía como Deus, demonstrando humildade verdadeira e espírito de servo diante da humanidade egoísta.
É bom sermos elogiados por nossas realizações, mas não é bom elevarmos a nós mesmos e nossos feitos sem reconhecermos que foi Deus quem nos capacitou. Até o próprio ato de respirar é uma dádiva — uma extensão da bondade e graça de Deus (At 15.25; Lm 3.22; Dn 5.23). Reconhecer a obra da graça de Deus e sua capacitação em nossas vidas é primordial na edificação da firmeza de caráter.

Serviço
Paulo prossegue e diz que Jesus “aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo” (Fp 2.7). Quando
reconhecemos que nossos talentos e habilidades são dádivas de Deus, sentimos desejo de compartilhar essas dádivas com os outros. Jesus mandou: “[...] de graça recebestes, de graça daí” (Mt 10.8). É bom
usarmos nossos talentos em benefício das outras pessoas, desde que não os desfilemos como forma de alimentar nosso orgulho.
O caráter verdadeiro está enraizado na humildade de reconhecer que é somente pela graça de Deus que sou quem sou, e faço o que faço.

Humildade
A seguir, Paulo diz que Jesus “humilhou-se a si mesmo”. Não precisamos de outro exemplo; temos aqui o Deus do universo humilhando-se e tornando-se carne por nós! Que humildade! Que graça! Alguém disse que graça e humildade são irmãs gêmeas. Obtemos graça nos humilhando, pois “Deus resiste aos soberbos, mas da graça aos humildes” (1Pe 5.5). O caráter cristão não é formado à parte da graça, e graça não pode ser recebida sem que haja humildade. A graça de Deus é suficiente para nós, e sua força é aperfeiçoada (completa) em nossa fraqueza.

Paciência, Caráter, Esperança
A força de nosso caráter é determinada pelo reconhecimento de nossas fraquezas. “[...] o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2Co 12.9). E para os que não reconhecem suas fraquezas, Deus lhes proporcionará muitas chances para isto. Em Romanos 5, Paulo nos ensina que “a tribulação produz paciência; e a paciência, a experiência; e a experiência, a esperança. E a esperança não traz confusão”. Muitas vezes, mostramos confiança só para encobrir nossa confusão. Mas no fim, nós todos teremos de encarar nossa fraqueza. Porém aqueles que são pacientes durante o sofrimento, com a esperança firmada na soberania de Deus, desenvolverão um caráter igual ao de Cristo. Ser paciente tendo em mente a esperança redentora de Deus é a base para desenvolvermos o caráter cristão. Mas para persistirmos, temos de ter uma razão e uma recompensa. Analisemos primeiramente a razão.

Razão
O próximo passo na formação do caráter cristão — a obediência — é observado na continuação que Paulo apresenta do exemplo de Cristo, que se tornou “obediente até à morte e morte de cruz” (Fp 2.8). Obediência envolve o sacrifício supremo — a síntese da abnegação. O nível mais alto no desenvolvimento do caráter é a renúncia, porque “ninguém tem maior amor do que este: de dar a sua vida pelos seus amigos” (Jo 15.13). Este grau de caráter é manifestado por meio do amor incondicional. 

Recompensa
Não podemos menosprezar as recompensas da firmeza de caráter. Elas são valiosas e interessantes. Paulo oferece um vislumbre dessas recompensas quando continua falando sobre o caráter interior, reconhecendo que Jesus é o nosso exemplo maior: “Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome” (Jo 15.13). Isso deveria encorajar nossa motivação e reforçar nossa convicção de que fortalecer nosso caráter vale o sacrifício. 
Que sigamos o exemplo de Cristo em nossa busca por força de caráter, para que os valores e motivos cristãos ditem nossas atitudes, e que, de todo o coração, proclamemos juntamente com Paulo: “Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.14).
(Pulpit Helps)

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