SENHOR, LEVA-ME PARA A CRUZ

Ei-lo, ferido e ensangüentado, ovelha muda que rude cruz arrasta. Trôpego pelos açoites vergastado, cai; vibra mórbida, impiedosa casta.

Ei-lo, subindo o feiúme Calvário para, como maldito - ser crucificado. Nenhum gemido do cordeiro solitário frente aos golpes do povo tresloucado.

Ei-lo, na cruz de horror pregado, chamando a si as nossas iniqüidades. Ei-lo, enfrentando a lança do desvairado, sem gemer ou rogando por piedade.

Ei-lo, ferido, desconjuntado e moído, coroado de espinhos na infiel Jerusalém. Não clama vingança e pede ao Pai Querido: “Perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem”

E pensar que a infame crueldade sofrida por Cristo, mudo e plangente, Barrada não foi pela força da eternidade porque, Tu e Eu, estávamos na Sua mente.

Oh! Deus, desperta o coração ingrato que por pouco se amua desanimado. Que eu veja o Gólgota, mire o retrato do alto preço do meu pecado!

Assim, solene e compungido, abraçado à graça Daquele que é Luz, clamo de coração grato e contrito: SENHOR, LEVA-ME PARA A CRUZ.

Pr. José Infante Jr.