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04 novembro 2014

JOHN G. PATON, APÓSTOLO ENTRE OS CANIBAIS

A vida não valia muito em New Hebrides e John G. Paton, famoso missionário pioneiro, estava às portas de ser cruelmente transportado para a eternidade.
Depois de passar quase quatro anos trabalhando duramente entre ferozes canibais, Paton se viu forçado a abandonar a ilha de Tanna, acompanhado de um pequeno grupo de amigos nativos. Na fuga, viram-se rodeados por um grupo de violentos e fortes guerreiros. Os selvagens, brandindo setas, bastões e mosquetes incentivavam uns aos outros para que dessem o primeiro tiro ou a primeira cacetada. Todos foram providencialmente impedidos de cometer qualquer violência.
Finalmente, Paton deu um passo adiante; os selvagens armados formaram uma fila de cada lado. Perto de um riacho, os guerreiros se separaram—e desapareceram para sempre.
Essa foi uma entre as 50 vezes que Paton se viu em perigo iminente de morrer e foi resgatado pela interferência divina. Algumas vezes o pioneiro sentiu medo, mas sempre foi sustentado pelas promessas divinas, tais como “...eis que estou contigo...” (Mateus 28.20).
John Gibson Paton nasceu em 1824 perto de Dumfries, na Escócia, numa família pobre, e estudou com muita dificuldade. No entanto, o culto doméstico diário, as orações à noite, a leitura da Bíblia e os cânticos sagrados lançaram um fundamento duradouro para sua vida e serviço cristãos.
Ainda muito criança, Paton aceitou a Cristo e entregou-se ao ministério. Ao terminar a faculdade, serviu como missionário de 1847 a 1857 na cidade, o que lhe deu um bom preparo para o futuro.
Durante aqueles anos estratégicos, o clamor dos pagãos perdidos dos Mares do Sul chegaram com toda força ao seu coração.
Igrejas presbiterianas da Escócia, do Canadá, da Austrália e da Nova Zelândia enviaram Paton e esposa, e mais dois companheiros, para New Hebrides em 1858; os missionários se instalaram na ilha de Tanna. (New Hebrides, que se localiza entre a Austrália e Fiji, tornou-se independente em 1980, passando-se a chamar Vanuatu.)
Em fevereiro de 1859 nasceu Peter, o único filho que os Patons tiveram. Tudo correu bem no início, mas certo dia a esposa de Paton teve uma febre altíssima acompanhada de calafrios; logo os sintomas de pneumonia apareceram, e no dia 3 de março ela partiu para estar com o Senhor. Depois de uma semana doente, o pequeno Peter foi ao encontro de sua mãe, e Paton se viu mergulhado em dor e solidão.
Os túmulos, cavados por Paton, tornaram-se um lugar de refúgio para ele na luta contra a tristeza e a depressão. Todavia Paton percebeu que Deus era sábio e amoroso demais para cometer qualquer erro no que faz ou permite que aconteça. Assim, o missionário batalhou naquela terra onde os nativos “cozinhavam e banqueteavam-se com suas vítimas”.
O ministério de Paton e seus companheiros foi constantemente ameaçado. Na primeira carta que escreveram à igreja-mãe, os missionários disseram: “Descobrimos que os tanases são selvagens e profundamente envolvidos em todo tipo de superstição pagã...São extremamente ignorantes, violentos, preconceituosos e quase desprovidos de afeição natural...”.
Avareza e engodo estavam sempre presentes. Os missionários compraram um terreno bem pequeno para construírem uma casa; os nativos ameaçaram, bajularam e, várias vezes, exigiram mais do que o preço combinado. Além das dificuldades normais que acompanham uma nova língua, nova cultura e costumes diferentes, Paton e companheiros aturaram mentiras e roubos. Finalmente os estrangeiros perceberam que precisavam partir. Assim em 1862, só com a roupa do corpo, a Bíblia e algumas traduções feitas para a língua nativa, Paton fugiu para a ilha vizinha, e mais tarde para a Austrália.
John Paton teve muitas oportunidades de apresentar seu trabalho em igrejas presbiterianas e independentes. Os bastões, as setas e outras curiosidades ilustravam suas palestras—e aumentavam seu apelo.
As acomodações e meios de transporte primitivos deixaram suas marcas. As estradas muitas vezes se transformavam em rios de lama. Certa vez, Paton não conseguiu cavalo e carroça e teve de caminhar mais de 15 quilômetros carregando sua pesada bagagem. Numa noite sem luar, Paton ficou perdido e quase se afundou num pântano; providencialmente, o missionário foi resgatado por duas pessoas que estavam passando. Paton, encharcado, enlameado, com frio e exausto, foi levado para um sítio, onde foi bem cuidado. Depois de tomar uma xícara de chá e uma boa noite de sono, ele acordou totalmente renovado.
Em 1863, Paton retornou à Escócia, onde visitou seus pais, prestou relatório à diretoria de sua missão, falou em muitas igrejas e recrutou novos trabalhadores para New Hebrides.
Além disso, ele conheceu Margaret Whitecross, irmã de missionário e cunhada de pastor, e casou-se com ela. Margaret havia sido muito bem preparada para servir num campo missionário difícil.
Em 1865, Paton voltou à Austrália, e no ano seguinte chegou a Aniwa, que tornouse a base de seus infatigáveis trabalhos, e morou provisoriamente num casebre todo aberto—sem portas nem janelas. Caixotes serviam de mesa e cadeira, e a comida era feita num fogo aceso debaixo de uma árvore. Mais tarde, o Paton mudou-se para um lugar mais apropriado.
Apesar das privações, Paton fez várias viagens à Grã Bretanha, prestando relatórios e levantando sustento, mas jamais conseguiu visitar Tanna, onde havia iniciado seu ministério.
Com o passar do tempo Paton testemunhou o estabelecimento de um instituto para treinamento de professores, igreja, orfanato, ferraria e hospitais—todos dedicados à propagação do evangelho. O número de nativos convertidos, e interessados em levar a Palavra às ilhas vizinhas, aumentava cada vez mais.
Quando o chefe de uma tribo, convertido, ofereceu-se para pregar, a notícia se espalhou como fogo; uma multidão se juntou para ouvir um nativo usando camisa e kilt (saia usada pelos homens escoceses) e portando uma machadinha de guerreiro! O chefe Namakei afirmou que os missionários haviam trazido as boas novas, e declarou: “Alguma coisa dentro de mim diz que o Deus-Jeová existe...alguém sobre quem nunca ouvimos antes (até os missionários chegarem).
O testemunho contundente do chefe ajudou quebrar as correntes que mantinham Aniwa amarrada ao paganismo. Os ídolos foram destruídos; cultos semanais foram estabelecidos; o roubo e a desonestidade foram condenados, e a desobediência era punida com multas e castigos. Todos os habitantes da ilha se tornaram cristãos por livre e espontânea vontade.
Numa viagem à Grã Bretanha e Irlanda, Paton pregou mensagens de desafio em quase todas as igrejas que visitou. Após falar numa importante conferência, o missionário conseguiu abrir caminho para várias reuniões em Londres e arredores, onde contou a história da missão e pregou o evangelho para a alta classe da sociedade. Com isso, obteve ainda mais convites para falar na Inglaterra, e seu ministério cresceu bastante.
Em uma conferência ecumênica realizada na cidade de Nova Iorque, em 1900, “John G. Paton” (da página 1) Paton foi reconhecido como herói. Quatro anos depois, ele visitou, pela última vez, seus queridos irmãos das ilhas.
Com o tempo, a idade pesou. O venerável missionário, que sobrevivera a tantos perigos, encontrou-se com o Deus em Canterbury, na Austrália, em 1907.
Um eloqüente tributo ao trabalho duradouro de Paton foi prestado nas seguintes palavras: “Quando os missionários chegaram a esta ilha, não havia cristãos por aqui; quando partiram, não havia mais pagãos”.
(Bernard R. DeRemer - Pulpit Helps)

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