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13 setembro 2012

O CASAMENTO AOS OLHOS DE DEUS: O que determina se uma pessoa é casada? Parte 3


4.             O CASAMENTO E A MONOGAMIA 
Na atualidade, cada vez mais é propagado um relacionamento no qual não há a necessidade de se estabelecer algum vínculo de um para com outro.  As pessoas estão deixando de possuir um relacionamento monogâmico visando a “oportunidade” de terem vários parceiros, querendo ter experiências novas.  Nisto acabam se esquecendo do intuito pelo qual Deus estabeleceu para que se unissem: o de terem um relacionamento sólido e monogâmico, um relacionamento que tem por objetivo o companheirismo e a edificação mútua, estabelecendo um laço que apenas o casamento monogâmico pode proporcionar. 
Em Gênesis encontramos o seguinte: “Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gênesis 1.24), esta “ênfase é de unir os dois numa só carne.  São dois (o homem e sua única esposa) e não três (o homem e duas esposas - poligamia).” (MORAES, 2003, p. 5).  O casamento monogâmico apesar de ser a união de duas pessoas (um homem e uma mulher), Pode-se dizer é constituído de três pessoas quando ele passa a ser composto com o homem juntamente com sua esposa e sendo guiado com o Espírito Santo como se descreve em Eclesiastes:
Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho.  Porque, se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante.  Também se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como se aquentará? E, se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa.  (Eclesiastes 4.9-12)
Note que a união do homem com sua mulher no seu estado monogâmico é considerada como o ideal estabelecido por Deus para uma vida matrimonial.  Veja que o Senhor colocou o fundamento principal do relacionamento de monogamia na própria constituição do primeiro casal (Adão e Eva), visto que Ele criou apenas uma esposa para Adão (DOUGLAS, 1995).  Em outras palavras, o Senhor não criou mais do que um homem e muito menos mais do que uma mulher, Ele apenas criou um casal, um Adão e uma Eva (CAVALCANTI, 1979).  Depois de ter feito essa união vemos que Ele disse que o homem a partir dali deveria deixar os seus pais para se unir à sua mulher, e depois da união seriam os dois uma só carne.  Sendo nesta passagem o ponto de partida da instituição matrimonial, conclui de maneira implícita o propósito divino e qual deve ser o modelo para o casamento.  (CAVALCANTI, 1979).
No Novo Testamento os fariseus chegaram perante Cristo para questioná-lo a legalidade de se repudiar a sua mulher por qualquer motivo, no Capitulo 19 de Mateus Jesus simplesmente reponde, utilizando as palavras de Deus e pergunta-lhes:
Então, respondeu ele: Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne?  De modo que já não são mais dois, porém uma só carne.  Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.  (Mateus 19.3-6)
O interessante é que os fariseus foram questionar a Cristo e ele utilizou de sabedoria em respondê-los.  Pegando-os em suas próprias astúcias, Cristo pergunta: “Não tendes lido?” (Mateus 19.4b).  Cristo fez essa pergunta a eles, porque os fariseus se orgulhavam em serem os conhecedores da lei, e faziam questão em demonstrar seus conhecimentos.  Sendo conhecedores de suas próprias histórias, eles conheciam que em todas as escrituras a ênfase era que o casamento tinha que ser monogâmico, e isto era visto até nos livros que são apócrifos como no livro de Tobias, onde não há alusão a nenhum outro tipo de casamento, a não ser o casamento monogâmico.  O livro de Oséias, no capítulo dezesseis e no livro de Ezequiel existem um desenvolvimento de uma figura relacionada ao casamento monogâmico referindo-se a uma ilustração da relação entre Yahweh e Israel (CHAMPLIN, 1991, v. 4).
Lembrando que a natureza do casamento como Refler diz, é “uma aliança solene, um pacto sagrado, legal, monogâmico, público e social que dura toda a vida.  É uma união de cama e mesa entre um só homem e uma só mulher que desejam viver juntos sob orientação, direção e bênção divina.(REFLER, 1992, p. 147).  Ele faz um destaque muito grande ao relatar que o “O casamento é uma aliança solene [sic] entre só um homem e só uma mulher que prometem fidelidade mútua até que a morte os separe” (REFLER, 1992, p. 147).
Quando nos voltarmos para o que Cristo falou, poderá se ver que Deus criou o homem deixando-o por algum tempo só (sem uma companheira) e depois criou a mulher para lhe ser uma auxiliadora.  Isto vem responder ao questionamento sobre o porquê que Deus criou o homem só e não criou a mulher junto com ele, já que os demais seres foram criados, tanto macho e fêmea, ao mesmo tempo.
A solução é que Deus, quando criou os animais, não os criou para terem um relacionamento com Ele, mas o homem foi totalmente ao contrário.  Ele é o único ser vivo que Deus criou à sua imagem e sua semelhança (Gênesis 1.27), dando-o a capacidade de se relacionar com Ele e com as outras pessoas que viriam.
Deus criou o homem para se relacionar com Ele, para que o homem vivesse sob a plena dependência dEle, e para que ele percebesse isto, fez com que não houvesse nenhum outro ser semelhante a ele, a fim de sentir a necessidade de uma companheira e ficar esperando em Deus para suprir suas necessidades.  Genevois acredita que Deus, “antes de realizar seu desígnio, parece desejar que o homem perceba, por si mesmo, que não existe ainda nenhum ser, entre os que povoavam a terra e espaço” (GENOVOIS, 1965, p.19).  Isto Adão percebeu quando Deus fez com que todos os animais viessem a ele para lhe colocarem o nome, e depois que ele viu que não tinha nenhum ser que lhe era idôneo (Gênesis 2.19-20).
Vemos que Deus criou a mulher para que o homem fosse completo, no sentido de ter alguém do seu lado.  Ela é o ser a qual podemos dizer: o que estava faltando em Adão, já que foi tirado uma de suas costelas para ser formada.  A mulher era um ser perfeito para o homem, onde iria suprir todas as suas necessidades, tanto físicas como emocionais.  Por isso, Adão se referia a Eva dizendo: “Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne: esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada” (Gênesis 2.23)
A monogamia é algo que já vem sido discutido por várias pessoas. Robinson Cavalcante em seu livro já aponta para alguns que debateram sobre esse tema:
Husson aponta, entre outros, os seguintes valores da monogamia: associação permanente responsável, maior valorização da mulher, melhor ambiente para as crianças, maior respeito mútuo, amor mais altruísta.  Forel, citando Westermark, "pensa que se o progresso da civilização continuar a tornar-se, como até aqui, cada vez mais altruísta e o amor cada vez mais afinado, os cônjuges tenderão a requintar-se de atenções um para com o outro, acentuando sempre a monogamia".  (CAVALCANTI, 1979, p. 85). 
Apesar de que é visto que em várias partes da Bíblia o homem possuía várias mulheres, mas isto nunca esteve nos planos de Deus; a ênfase sempre foi que o relacionamento conjugal é monogâmico.  O próprio cristianismo traz esse destaque para o casamento.  Ele sempre o propulsionou entre os povos e a cultura onde se fez presente.  “A legislação secular desses povos, mesmo após a diminuição da influência cristã, consagra essa forma de união.” (CAVALCANTI, 1979). 

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