4.
O CASAMENTO E A MONOGAMIA
Na atualidade, cada vez
mais é propagado um relacionamento no qual não há a necessidade de se
estabelecer algum vínculo de um para com outro.
As pessoas estão deixando de possuir um relacionamento monogâmico visando
a “oportunidade” de terem vários parceiros, querendo ter experiências
novas. Nisto acabam se esquecendo do
intuito pelo qual Deus estabeleceu para que se unissem: o de terem um
relacionamento sólido e monogâmico, um relacionamento que tem por objetivo o
companheirismo e a edificação mútua, estabelecendo um laço que apenas o
casamento monogâmico pode proporcionar.
Em Gênesis encontramos o
seguinte: “Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua
mulher, e serão ambos uma carne” (Gênesis 1.24), esta “ênfase é de unir os dois
numa só carne. São dois (o homem e sua
única esposa) e não três (o homem e duas esposas - poligamia).” (MORAES, 2003, p.
5). O casamento monogâmico apesar de ser
a união de duas pessoas (um homem e uma mulher), Pode-se dizer é constituído de
três pessoas quando ele passa a ser composto com o homem juntamente com sua
esposa e sendo guiado com o Espírito Santo como se descreve em Eclesiastes:
Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga
do seu trabalho. Porque, se um cair, o
outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não
haverá outro que o levante. Também se
dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como se aquentará? E, se
alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três
dobras não se quebra tão depressa.
(Eclesiastes 4.9-12)
Note que a união do
homem com sua mulher no seu estado monogâmico é considerada como o ideal
estabelecido por Deus para uma vida matrimonial. Veja que o Senhor colocou o fundamento
principal do relacionamento de monogamia na própria constituição do primeiro
casal (Adão e Eva), visto que Ele criou apenas uma esposa para Adão (DOUGLAS,
1995). Em outras palavras, o Senhor não
criou mais do que um homem e muito menos mais do que uma mulher, Ele apenas
criou um casal, um Adão e uma Eva (CAVALCANTI, 1979). Depois de ter feito essa união vemos que Ele disse que o homem a
partir dali deveria deixar os seus pais para se unir à sua mulher, e depois da
união seriam os dois uma só carne. Sendo
nesta passagem o ponto de partida da instituição matrimonial, conclui de
maneira implícita o propósito divino e qual deve ser o modelo para o
casamento. (CAVALCANTI, 1979).
No Novo Testamento os
fariseus chegaram perante Cristo para questioná-lo a legalidade de se repudiar
a sua mulher por qualquer motivo, no Capitulo 19 de Mateus Jesus simplesmente reponde,
utilizando as palavras de Deus e pergunta-lhes:
Então, respondeu ele: Não tendes lido que o Criador,
desde o princípio, os fez homem e mulher e que disse: Por esta causa deixará o
homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne? De modo que já não são mais dois, porém uma
só carne. Portanto, o que Deus ajuntou
não o separe o homem. (Mateus 19.3-6)
O interessante é que os
fariseus foram questionar a Cristo e ele utilizou de sabedoria em
respondê-los. Pegando-os em suas
próprias astúcias, Cristo pergunta: “Não tendes lido?” (Mateus 19.4b). Cristo fez essa pergunta a eles, porque os
fariseus se orgulhavam em serem os conhecedores da lei, e faziam questão em
demonstrar seus conhecimentos. Sendo
conhecedores de suas próprias histórias, eles conheciam que em todas as
escrituras a ênfase era que o casamento tinha que ser monogâmico, e isto era
visto até nos livros que são apócrifos como no livro de Tobias, onde não há alusão a nenhum
outro tipo de casamento, a não ser o casamento monogâmico. O livro de Oséias, no capítulo dezesseis e no
livro de Ezequiel existem um desenvolvimento de uma figura relacionada ao
casamento monogâmico referindo-se a uma ilustração da relação entre Yahweh e
Israel (CHAMPLIN, 1991, v. 4).
Lembrando que a natureza do casamento como
Refler diz, é “uma aliança solene, um pacto sagrado, legal, monogâmico,
público e social que dura toda a vida. É
uma união de cama e mesa entre um só homem e uma só mulher que desejam viver
juntos sob orientação, direção e bênção divina.” (REFLER, 1992, p. 147). Ele faz um destaque muito grande ao relatar
que o “O casamento é uma aliança solene [sic]
entre só um homem e só uma mulher que prometem fidelidade mútua até que a morte
os separe” (REFLER, 1992, p. 147).
Quando nos voltarmos para
o que Cristo falou, poderá se ver que Deus criou o homem deixando-o por algum
tempo só (sem uma companheira) e depois criou a mulher para lhe ser uma
auxiliadora. Isto vem responder ao
questionamento sobre o porquê que Deus criou o homem só e não criou a mulher
junto com ele, já que os demais seres foram criados, tanto macho e fêmea, ao
mesmo tempo.
A solução é que Deus,
quando criou os animais, não os criou para terem um relacionamento com Ele, mas
o homem foi totalmente ao contrário. Ele
é o único ser vivo que Deus criou à sua imagem e sua semelhança (Gênesis 1.27), dando-o a capacidade de se
relacionar com Ele e com as outras pessoas que viriam.
Deus criou o homem para
se relacionar com Ele, para que o homem vivesse sob a plena dependência dEle, e
para que ele percebesse isto, fez com que não houvesse nenhum outro ser
semelhante a ele, a fim de sentir a necessidade de uma companheira e ficar
esperando em Deus para suprir suas necessidades. Genevois acredita que Deus, “antes de
realizar seu desígnio, parece desejar que o homem perceba, por si mesmo, que
não existe ainda nenhum ser, entre os que povoavam a terra e espaço” (GENOVOIS,
1965, p.19). Isto Adão percebeu quando
Deus fez com que todos os animais viessem a ele para lhe colocarem o nome, e
depois que ele viu que não tinha nenhum ser que lhe era idôneo (Gênesis 2.19-20).
Vemos que Deus criou a
mulher para que o homem fosse completo, no sentido de ter alguém do seu
lado. Ela é o ser a qual podemos dizer:
o que estava faltando em Adão, já que foi tirado uma de suas costelas para ser formada. A mulher era um ser perfeito para o homem,
onde iria suprir todas as suas necessidades, tanto físicas como
emocionais. Por isso, Adão se referia a
Eva dizendo: “Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne: esta
será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada” (Gênesis 2.23)
A monogamia é algo que
já vem sido discutido por várias pessoas. Robinson Cavalcante em seu livro já
aponta para alguns que debateram sobre esse tema:
Husson aponta, entre
outros, os seguintes valores da monogamia: associação permanente responsável,
maior valorização da mulher, melhor ambiente para as crianças, maior respeito
mútuo, amor mais altruísta. Forel,
citando Westermark, "pensa que se o progresso da civilização continuar a
tornar-se, como até aqui, cada vez mais altruísta e o amor cada vez mais
afinado, os cônjuges tenderão a requintar-se de atenções um para com o outro,
acentuando sempre a monogamia". (CAVALCANTI, 1979, p. 85).
Apesar de que é visto que
em várias partes da Bíblia o homem possuía várias mulheres, mas isto nunca
esteve nos planos de Deus; a ênfase sempre foi que o relacionamento conjugal é
monogâmico. O próprio cristianismo traz
esse destaque para o casamento. Ele
sempre o propulsionou entre os povos e a cultura onde se fez presente. “A legislação secular desses povos, mesmo
após a diminuição da influência cristã, consagra essa forma de união.” (CAVALCANTI,
1979).
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