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15 março 2013

Leitura Cronológica Anual da Bíblia (Mês 1, dia 22)

Jó 21-24


Cap. 21

 (1) RESPONDEU, porém, Jó, dizendo: (2) Ouvi atentamente as minhas razões; e isto vos sirva de consolação. (3) Sofrei-me, e eu falarei; e havendo eu falado, zombai. (4) Porventura eu me queixo de algum homem? Porém, ainda que assim fosse, por que não se angustiaria o meu espírito? (5) Olhai para mim, e pasmai; e ponde a mão sobre a boca. (6) Porque, quando me lembro disto me perturbo, e a minha carne é sobressaltada de horror. (7) Por que razão vivem os ímpios, envelhecem, e ainda se robustecem em poder? (8) A sua descendência se estabelece com eles perante a sua face; e os seus renovos perante os seus olhos. (9) As suas casas têm paz, sem temor; e a vara de Deus não está sobre eles. (10) O seu touro gera, e não falha; pare a sua vaca, e não aborta. (11) Fazem sair as suas crianças, como a um rebanho, e seus filhos andam saltando. (12) Levantam a voz, ao som do tamboril e da harpa, e alegram-se ao som do órgão. (13) Na prosperidade gastam os seus dias, e num momento descem à sepultura. (14) E, todavia, dizem a Deus: Retira-te de nós; porque não desejamos ter conhecimento dos teus caminhos. (15) Quem é o Todo-Poderoso, para que nós o sirvamos? E que nos aproveitará que lhe façamos orações? (16) Vede, porém, que a prosperidade não está nas mãos deles; esteja longe de mim o conselho dos ímpios! (17) Quantas vezes sucede que se apaga a lâmpada dos ímpios, e lhes sobrevém a sua destruição? E Deus na sua ira lhes reparte dores! (18) Porque são como a palha diante do vento, e como a pragana, que arrebata o redemoinho. (19) Deus guarda a sua violência para seus filhos, e dá-lhe o pago, para que o conheça. (20) Seus olhos verão a sua ruína, e ele beberá do furor do Todo-Poderoso. (21) Por que, que prazer teria na sua casa, depois de morto, cortando-se-lhe o número dos seus meses? (22) Porventura a Deus se ensinaria ciência, a ele que julga os excelsos? (23) Um morre na força da sua plenitude, estando inteiramente sossegado e tranqüilo. (24) Com seus baldes cheios de leite, e a medula dos seus ossos umedecida. (25) E outro, ao contrário, morre na amargura do seu coração, não havendo provado do bem. (26) Juntamente jazem no pó, e os vermes os cobrem. (27) Eis que conheço bem os vossos pensamentos; e os maus intentos com que injustamente me fazeis violência. (28) Porque direis: Onde está a casa do príncipe, e onde a tenda em que moravam os ímpios? (29) Porventura não perguntastes aos que passam pelo caminho, e não conheceis os seus sinais, (30) Que o mau é preservado para o dia da destruição; e arrebatado no dia do furor? (31) Quem acusará diante dele o seu caminho, e quem lhe dará o pago do que faz? (32) Finalmente é levado à sepultura, e vigiam-lhe o túmulo. (33) Os torrões do vale lhe são doces, e o seguirão todos os homens; e adiante dele foram inumeráveis. (34) Como, pois, me consolais com vaidade? Pois nas vossas respostas ainda resta a transgressão.

Cap. 22

 (1) ENTÃO respondeu Elifaz, o temanita, dizendo: (2) Porventura será o homem de algum proveito a Deus? Antes a si mesmo o prudente será proveitoso. (3) Ou tem o Todo-Poderoso prazer em que tu sejas justo, ou algum lucro em que tu faças perfeitos os teus caminhos? (4) Ou te repreende, pelo temor que tem de ti, ou entra contigo em juízo? (5) Porventura não é grande a tua malícia, e sem termo as tuas iniqüidades? (6) Porque sem causa penhoraste a teus irmãos, e aos nus despojaste as vestes. (7) Não deste ao cansado água a beber, e ao faminto retiveste o pão. (8) Mas para o poderoso era a terra, e o homem tido em respeito habitava nela. (9) As viúvas despediste vazias, e os braços dos órfãos foram quebrados. (10) Por isso é que estás cercado de laços, e te perturba um pavor repentino, (11) Ou trevas em que nada vês, e a abundância de águas que te cobre. (12) Porventura Deus não está na altura dos céus? Olha para a altura das estrelas; quão elevadas estão. (13) Se dizes: que sabe Deus? Porventura julgará ele através da escuridão? (14) As nuvens são esconderijo para ele, para que não veja; e passeia pelo circuito dos céus. (15) Porventura queres guardar a vereda antiga, que pisaram os homens iníquos? (16) Eles foram arrebatados antes do seu tempo; sobre o seu fundamento um dilúvio se derramou. (17) Diziam a Deus: Retira-te de nós. E: Que foi que o Todo-Poderoso nos fez? (18) Contudo ele encheu de bens as suas casas; mas o conselho dos ímpios esteja longe de mim. (19) Os justos o vêem, e se alegram, e o inocente escarnece deles. (20) Porquanto o nosso adversário não foi destruído, mas o fogo consumiu o que restou deles. (21) Apega-te, pois, a ele, e tem paz, e assim te sobrevirá o bem. (22) Aceita, peço-te, a lei da sua boca, e põe as suas palavras no teu coração. (23) Se te voltares ao Todo-Poderoso, serás edificado; se afastares a iniqüidade da tua tenda, (24) E deitares o teu tesouro no pó, e o ouro de Ofir nas pedras dos ribeiros, (25) Então o Todo-Poderoso será o teu tesouro, e a tua prata acumulada. (26) Porque então te deleitarás no Todo-Poderoso, e levantarás o teu rosto para Deus. (27) Orarás a ele, e ele te ouvirá, e pagarás os teus votos. (28) Determinarás tu algum negócio, e ser-te-á firme, e a luz brilhará em teus caminhos. (29) Quando te abaterem, então tu dirás: Haja exaltação! E Deus salvará ao humilde. (30) E livrará até ao que não é inocente; porque será libertado pela pureza de tuas mãos.

Cap. 23

 (1) RESPONDEU, porém, Jó, dizendo: (2) Ainda hoje a minha queixa está em amargura; a minha mão pesa sobre meu gemido. (3) Ah, se eu soubesse onde o poderia achar! Então me chegaria ao seu tribunal. (4) Exporia ante ele a minha causa, e a minha boca encheria de argumentos. (5) Saberia as palavras com que ele me responderia, e entenderia o que me dissesse. (6) Porventura segundo a grandeza de seu poder contenderia comigo? Não: ele antes me atenderia. (7) Ali o reto pleitearia com ele, e eu me livraria para sempre do meu Juiz. (8) Eis que se me adianto, ali não está; se torno para trás, não o percebo. (9) Se opera à esquerda, não o vejo; se se encobre à direita, não o diviso. (10) Porém ele sabe o meu caminho; provando-me ele, sairei como o ouro. (11) Nas suas pisadas os meus pés se afirmaram; guardei o seu caminho, e não me desviei dele. (12) Do preceito de seus lábios nunca me apartei, e as palavras da sua boca guardei mais do que a minha porção. (13) Mas, se ele resolveu alguma coisa, quem então o desviará? O que a sua alma quiser, isso fará. (14) Porque cumprirá o que está ordenado a meu respeito, e muitas coisas como estas ainda tem consigo. (15) Por isso me perturbo perante ele, e quando isto considero, temo-me dele. (16) Porque Deus macerou o meu coração, e o Todo-Poderoso me perturbou. (17) Porquanto não fui desarraigado por causa das trevas, e nem encobriu o meu rosto com a escuridão.

Cap. 24

 (1) VISTO que do Todo-Poderoso não se encobriram os tempos, por que, os que o conhecem, não vêem os seus dias? (2) Até os limites removem; roubam os rebanhos, e os apascentam. (3) Do órfão levam o jumento; tomam em penhor o boi da viúva. (4) Desviam do caminho os necessitados; e os pobres da terra juntos se escondem. (5) Eis que, como jumentos monteses no deserto, saem à sua obra, madrugando para a presa; a campina dá mantimento a eles e aos seus filhos. (6) No campo segam o seu pasto, e vindimam a vinha do ímpio. (7) Ao nu fazem passar a noite sem roupa, não tendo ele coberta contra o frio. (8) Pelas chuvas das montanhas são molhados e, não tendo refúgio, abraçam-se com as rochas. (9) Ao orfãozinho arrancam dos peitos, e tomam o penhor do pobre. (10) Fazem com que os nus vão sem roupa e aos famintos tiram as espigas. (11) Dentro das suas paredes espremem o azeite; pisam os lagares, e ainda têm sede. (12) Desde as cidades gemem os homens, e a alma dos feridos exclama, e contudo Deus lho não imputa como loucura. (13) Eles estão entre os que se opõem à luz; não conhecem os seus caminhos, e não permanecem nas suas veredas. (14) De madrugada se levanta o homicida, mata o pobre e necessitado, e de noite é como o ladrão. (15) Assim como o olho do adúltero aguarda o crepúsculo, dizendo: Não me verá olho nenhum; e oculta o rosto, (16) Nas trevas minam as casas, que de dia se marcaram; não conhecem a luz. (17) Porque a manhã para todos eles é como sombra de morte; pois, sendo conhecidos, sentem os pavores da sombra da morte. (18) É ligeiro sobre a superfície das águas; maldita é a sua parte sobre a terra; não volta pelo caminho das vinhas. (19) A secura e o calor desfazem as águas da neve; assim desfará a sepultura aos que pecaram. (20) A madre se esquecerá dele, os vermes o comerão gostosamente; nunca mais haverá lembrança dele; e a iniqüidade se quebrará como uma árvore. (21) Aflige à estéril que não dá à luz, e à viúva não faz bem. (22) Até aos poderosos arrasta com a sua força; se ele se levanta, não há vida segura. (23) Se Deus lhes dá descanso, estribam-se nisso; seus olhos porém estão nos caminhos deles. (24) Por um pouco se exaltam, e logo desaparecem; são abatidos, encerrados como todos os demais; e cortados como as cabeças das espigas. (25) Se agora não é assim, quem me desmentirá e desfará as minhas razões?

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