No geral, os seres humanos são criaturas de atitudes extremas. Há momentos, sem dúvida nenhuma, quando é necessário tomarmos uma atitude extrema. Não pode haver comprometimento da verdade. Muitas vezes, no entanto, abandonamos uma postura e abraçamos outra como se a anterior estivesse completamente errada e a atual fosse completamente certa.
Afastar-se dos ídolos e voltar-se para Deus, deixar o erro e abraçar a verdade, passar da desobediência à retidão, tudo isto significa converter-se do que é totalmente errado para o que é totalmente correto. Porém nem todas as nossas decisões fazem parte desta categoria.
Ultimamente algumas fontes do círculo evangélico têm criticado duramente o fundamentalismo e os fundamentalistas. Menciono estes termos porque são de uso comum. Estou me referindo à ortodoxia que sempre foi corrente no ensino cristão através dos séculos.
Admitirmos que uma pessoa ou um grupo de pessoas examinem objetivamente a si mesmos – e corrijam o que estiver errado – é um bom sinal. Isto é um autoexame saudável e uma correção apropriada. A preocupação é com a crítica que se equipara ao repúdio e provoca uma reação que leva ao outro extremo.
Sugerimos algumas áreas que merecem atenção especial para que o pêndulo não oscile tanto para o lado oposto.
Se alguns de nós éramos antagonistas às descobertas científicas, não corremos agora o perigo de engolir tudo o que os cientistas falam?
Se alguns de nós achávamos que os filmes de cinema eram errados em si, não corremos agora o risco de achar que quase todos eles são aceitáveis?
Se alguns de nós éramos um pouco legalistas demais e também muito exigentes quanto ao mundanismo, não corremos agora o perigo de ir para o outro extremo e achar que tudo vale – especialmente no recôndito sagrado do lar?
Se alguns de nós nos separamos tanto dos liberais que perdemos a oportunidade de nos comunicar com eles, não corremos agora o perigo de suprimir a distinção absoluta entre fundamentalismo e modernismo?
Temos certeza absoluta que os aspectos condicionais dos parágrafos acima são exageros quando aplicados ao fundamentalismo como um todo. Porém, representam o tipo de crítica que está sendo difundida por todos os lados.
Mesmo que esses aspectos sejam verdadeiros, não devemos exagerar. Temos, sim, a verdade de Deus – e isto acontece em todas as áreas em que ela está presente: doutrina, vida, ciência, história etc. Além disso, que o Senhor nos ajude a continuar enfatizando o viver cristão e também a doutrina cristã.
No entanto, lembremo-nos de que viver cristão sem doutrina cristã é impossível, e doutrina cristã sem viver cristão é negar que conhecemos mesmo a verdade de Deus.
(Dr. William Culbertson - Moody Montly)
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