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10 setembro 2012

O CASAMENTO AOS OLHOS DE DEUS: O que determina se uma pessoa é casada? Parte 2

3.             O CASAMENTO NO NOVO TESTAMENTO. 
Referente à parte cerimonial do casamento no Novo Testamento, esta não se diverge das práticas feita no Antigo Testamento.  Não há muita menção de como era realizada esta prática, mas pode ser visto em João 2, quando Jesus foi convidado para ir para um casamento na Galiléia.  “Três dias depois, houve um casamento em Caná da Galiléia, achando-se ali a mãe de Jesus. Jesus também foi convidado, com os seus discípulos, para o casamento.” (João 2.1-2).
Jesus compareceu a, pelo menos, uma cerimônia de casamento e abençoou-a. Em suas lições, ele referiu-se a vários aspectos das festividades de casamento, mostrando assim que a pessoa comum tinha familiaridade com tais cerimônias (Mateus 22:1-10; 25:1-3; Marcos 2:19-20; Lucas 14:8). (TENNEY, 1990, p. 31)
Não é encontrada em nenhuma outra parte alguma referência direta sobre como era realizada a cerimônia do casamento, mas isso não quer dizer que não havia.  Tanto que Jesus e Paulo tentaram corrigir algumas práticas erradas que o povo cometia.  Eles mostraram como deve ser o verdadeiro casamento e como é o relacionamento conjugal.  Neste capítulo serão abordados justamente sobre os ensinamentos referentes ao casamento de Jesus nos evangelhos, dentre os quais o de Paulo, em suas cartas. 
3.1.       ENSINO DE JESUS SOBRE O CASAMENTO 
3.1.1. João 8
Este capítulo ressalta o Senhor Jesus ensinando no templo quando os fariseus chegaram e lhe trouxeram uma mulher pega em adultério e lhe fizeram um questionamento.
Os escribas e fariseus trouxeram à sua presença uma mulher surpreendida em adultério e, fazendo-a ficar de pé no meio de todos, disseram a Jesus: Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério.  E na lei nos mandou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas; tu, pois, que dizes? (João 8.3-5) 
Eles não queriam saber qual a atitude que deveria tomar em relação ao ato daquela mulher, pois já sabiam o que era para ser feito, tanto que já chegaram e no mesmo instante, falaram como se deveria proceder: “na lei nos mandou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas” (verso 5.b).  Na realidade, os judeus queriam de alguma forma acusar a Jesus, isto é tão evidente que na própria lei de Moisés menciona que: “se um homem for achado deitado com uma mulher que tem marido, então, ambos morrerão [negrito nosso], o homem que se deitou com a mulher e a mulher; assim, eliminarás o mal de Israel.” (Deuteronômio 22:22).
Como a mulher era culpada, porque os fariseus não trouxeram também o homem que foi pego junto com a mulher?  Não se vê no texto o relato do que fizera com o homem que estava envolvido.  Pois, a lei quando se referia ao “adultério era realmente muito severa, porquanto, de acordo com as passagens de Lev. 20:10 e Deut. 22:22, nesse caso ambos os indivíduos envolvidos no caso deveriam ser condenados à morte”.  (CHAMPLIN, 2001, p. 398, v. 2.), o homem também deveria estar presente para ser apedrejado.
Os fariseus não estavam procurando zelar a pureza do matrimônio, mas estavam apenas procurando uma maneira para acusar Jesus de alguma forma.  Como Cristo é conhecedor de todas as coisas, incluindo as intenções dos corações deles, apenas se abaixou começou a escrever no chão e disse: “Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra” (João 8.7b).  Como todos eram culpados, saíram um por um, não ficando nenhum para acusar a mulher.
Cristo não estava defendendo ou acusando a mulher, a própria consciência desta já estava a acusando, Ele mostrou para aqueles que estavam presentes que também eram acusados de quebrar a lei. 
3.1.2. Mateus 19 e Marcos 10
Em Mateus 19, encontramos Jesus deixando a Galiléia e indo para o território da Judéia, e aqui é visto mais uma vez que os fariseus se aproximarem dele para fazê-lo uma pergunta capciosa: “É lícito ao marido repudiar a sua mulher por qualquer motivo?” (Mateus 19.3).  A finalidade mais uma vez não era saber realmente se era lícito se divorciar ou não, eles já possuíam suas convicções sobre este assunto.
Alguns comentaristas levantam a questão de que os Judeus queriam colocar o Senhor Jesus em “maus lençóis”, armando uma cilada para fazê-lo cair ou apenas querendo experimentá-lo.  Já Peterson comenta o seguinte:
Difícil é determinar o motivo por que os fariseus apresentaram êsse [sic] assunto tão explosivo nos dias de Jesus.  É certo que não havia sinceridade da parte dêles [sic], porque vieram para experimentá-lO [sic] ou tentá-lO [sic] (v. 2).  Talvez quisessem pôr Jesus em dificuldade e em má posição diante dum grande grupo de líderes judeus, pois que, fôsse [sic] qual fôsse [sic] a resposta dêle [sic], a posição ou partido que tomasse seria violentamente criticada pelos defensores do outro partido.  Podia ser que os fariseus soubessem perfeitamente a posição tomada por Jesus, e assim queriam anunciar depois a todos que Jesus não tinha o menor respeito pelas leis de Moisés.  (PETERSON, 1962, p. 94).
Não importa qual o motivo, a intenção real era de denegrir a imagem de Jesus para ter como acusá-lo, porque “qualquer que fosse a resposta que Jesus desse, com certeza desagradaria a alguém e, possivelmente, daria motivos para ser preso” (WIERSBE, 2008, p. 186, v. 5).  Eles queriam na realidade um motivo para poder prender Jesus, esperavam que Ele tomasse algum partido.  Assim, estariam de posse de instrumentos para apontarem uma falha nEle.  Porém, a sucessão dos fatos não foi bem como eles imaginaram, Cristo utilizou as próprias escrituras, algo que eles não estavam esperando.  O Senhor utilizou-se de algo que eles mesmos julgavam serem grandes conhecedores para dar a resposta, utilizando-se das próprias palavras de Deus.
Então, respondeu ele: Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne? De modo que já não são mais dois, porém uma só carne.  Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.  (Mateus 19.4-6)
Os fariseus fizeram este questionamento se baseando em Deuteronômio 24.1-4 para questionar a Jesus, pois havia os seguidores do rabino Hillel, que acreditavam que o homem podia se separar por quaisquer motivos, isso poderia ser por qualquer coisa: apenas por um desgosto ou alguma falha que encontrasse na mulher, chegando ao ponto de que se ela queimasse a comida poderia ser repudiada (PASTORINO, 1964).
Já para os seguidores do rabino Shammai, que tinham um posicionamento mais rígido a respeito do divórcio, o homem só poderia se separar da mulher caso existisse algum pecado anterior ao casamento (WIERSBE, 2008, v. 5).  É como Pastorino afirma: o homem só poderia separar de sua mulher “se houvesse realmente um ‘costume inconveniente’, isto é, se a mulher lhe fosse infiel entregando-se a outro homem, é que se lhe poderia dar carta de repúdio” (PASTORINO, 1964, p. 67).
Cristo ao responder-lhes faz alguns questionamentos: “Ele lhes respondeu: Que vos ordenou Moisés?” (Marcos 10.3), para ter um gancho para o próximo questionamento.
Ao referir-se ao mandamento por duas vezes (vv. 3, 5), ele mostra sua preocupação com a vontade de Deus.  Seus oponentes, entretanto, falam duas vezes sobre o que é "permitido" (ou "lícito", vv. 2, 4).  Como diz Schweizer: "quando uma pessoa faz esse tipo de pergunta, está buscando maiores vantagens para si dentro dos limites do que é permissível. Ao fazer isso, terá destruído o casamento antes mesmo de começar" (MULHOLLAND, 2005, p. 108)
Ao invés deles falarem do mandamento, apenas indagaram se Moisés tinha permitido repudiar sua mulher (Marcos 10.4).  Com isso “Jesus replicou que a lei mosaica representava concessão à dureza dos corações dos homens e, como tal, opunha-se à vontade de Deus.” (GARDNER, 1982, p. 284), era por causa da própria dureza do coração do povo e não a vontade de Deus para o homem (Marcos 10.5).
Então Jesus faz o outro questionamento para os fariseus “..., Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher” (Mateus 19.4b), com este questionamento Jesus se volta para o princípio da criação no livro de Gênesis, e mostra para eles o que Deus tinha feito na criação, no intuito de mostrar que “ao construir um casamento segundo o padrão de Deus, não é preciso preocupar-se com o divórcio” (WIERSBE, 2008, p. 89, v. 5).
Ao entender o casamento como sendo uma obra de Deus, não há necessidade dos indivíduos se preocuparem com as questões advindas do divórcio.  Champlin mostra qual é a idéia referente ao verdadeiro casamento.
O verdadeiro casamento deve se incluir, desde o princípio, a idéia de que aquele homem e aquela mulher foram criados um para o outro, e que os seus destinos e razões de existência estão ligados.  Esse tipo de união, naturalmente, é indissolúvel.  Jesus mostrou que o casamento deve ser mais do que uma necessidade biológica ou uma pratica social, ou ainda exigência psicológica: deve ter base em finalidades espirituais, teístas e metafísicas; a própria natureza requer uma união indissolúvel.  (CHAMPLIN, 2001, p. 479, v. 1)
Pohl tem uma perspectiva interessante sobre o casamento, ele mostra no comentário que faz do livro de Marcos que o casamento como sendo uma instituição divina, então não poderia ser desfeito pelo homem:
Se o casamento, por natureza, é uma instituição divina, e não um contrato particular, uma união de interesses, um costume ditado pela sociedade, se o próprio Deus faz parte da definição do casamento, então homem, mulher e sociedade perdem o direito de legislar sobre o casamento.  Por este motivo, quem os separa se defronta com Deus.  "O Senhor, Deus de Israel, diz que odeia o repúdio" (Ml 2.16), "Deus julgará os adúlteros" (Hb 13.4). (POHL, 1998, p. 250.)
Já Adams, se refere ao casamento não como um contrato humano o qual pode a qualquer momento ser mudado, ele mostra que o casamento não é variável, mas constante.
O casamento não é um contrato social produzido pelo homem e que provou ser útil à sociedade, por algum tempo.  Se assim fosse, deveríamos começar imediatamente a preparar melhores opções paro o futuro.  “o casamento foi bom, para a sua época”, dizem, “mas já esta superado para nós. Precisamos de mais liberdade. Agora que temos a pílula, aborto legalizado em muitos países, a maior parte da utilidade do casamento desapareceu”.  Não, o casamento não é assim.  (ADAMS, 1996, p. 46)
Quando se volta para o que Cristo falou, fazendo uma referência ao livro de Gênesis, diretamente para a criação, traz a tona tudo o que Deus tinha estabelecido para o casamento.  Com isso, Jesus relembra aos fariseus que desde o início da criação, o Senhor tinha estabelecido o casamento para ser indissolúvel: “De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mateus 19.6), sendo também uma união física “Uma só carne” como é visto no versículo anterior.
Ele observou que desde o princípio Deus fizera homem e mulher, prescrevendo que por amor ao casamento o homem devia deixar pai e mãe, e que ele unir-se-á à sua mulher e serão os dois uma só carne.  Esta união ele reconhecia como obra de Deus, que não podia ser desfeita pelo homem.  Separar é obra do homem, e não de Deus.  (ALLEM, 1983, p. 235.)
Os enlaces matrimoniais têm um caráter perpétuo, que apenas é dissolvido com a morte de algum dos cônjuges.  (REFLER, 1992). 
3.2.       ENSINOS DE PAULO SOBRE O CASAMENTO 
3.2.1. Romanos 7
Paulo, ao escrever o capítulo 7 de Romanos, estava tentando mostrar através de uma ilustração qual é a nossa relação com a lei, isto ele faz usando uma comparação com o relacionamento conjugal.  O apóstolo mostra que uma vez casada, a pessoa está ligada ao seu cônjuge até a morte.  Só após, ela passa a se encontrar novamente no seu estado livre para casar-se novamente, caso assim bem entender.  Do modo que o versículo 2 fala “Ora, a mulher casada está ligada pela lei ao marido, enquanto ele vive; mas, se o mesmo morrer, desobrigada ficará da lei conjugal.” (Romanos 7.2).  Mostra que o homem e mulher estão ligados à lei do casamento e não a lei do divórcio, e estes laços só são desfeitos com o óbito de um ou do outro.  No comentário de Wiesrbe, este se refere a esta passagem ressaltando:
A ilustração é simples, mas sua aplicação é profunda.  Quando um homem e uma mulher se casam, estão unidos para o resto da vida.  O casamento é uma união física (“tornando-se os dois uma só carne”; Gn 2:34) e só pode ser rompida por uma causa física, como, por exemplo, a morte. (WIERSBE, 2008, p. 696-697, v. 5)
Se por ventura algum deles não esperasse o falecimento do seu companheiro e estabelecesse outro matrimônio, estaria cometendo um adultério (KITTLE, 2010).  O versículo 3 mostra que “De sorte que será considerada adúltera se, vivendo ainda o marido, unir-se com outro homem; porém, se morrer o marido, estará livre da lei e não será adúltera se contrair novas núpcias.” (Romanos 7.3).
A pessoa realmente está em adultério, não se pode questionar o que a própria palavra menciona, pois “enquanto os dois estão vivos, marido e esposa encontram-se sob a autoridade da lei do casamento”.  (WIERSBE, 2008, p. 697, v. 5).
Harrison ao se referir sobre o texto ele diz o seguinte:
A Lei do Matrimônio, Romanos 7:1-6.  Pela lei do matrimônio a mulher está ligada ao marido.  (E vice-versa – “o homem” também, visto que no versículo 1 é genérico).  O laço matrimonial é uma obrigação assumida para tôda [sic] a vida.  Só a morte o anula.  O ponto frisado por Paulo é justamente êsse [sic]: A morte dissolve a obrigação legal.  (HARRISON, 1973, p. 84)
Neste contexto é visto mais uma vez que para Deus o casamento é indissolúvel, com a exceção da ocorrência da morte de algum dos cônjuges.  Pelo contrário estariam cometendo adultério, por isso que os homens não devem interferir naquilo em que Deus estabeleceu para eles.  Como o casamento foi estabelecido por Deus, os homens não têm o direito de interferir: Mateus diz que “De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.” (Mateus 19:6) Bruce afirma que o casamento é uma relação que perdura a vida inteira.  (BRUCE, 2002)
Nestes versículos, John Murray mostra a aplicação do matrimônio, e seria arbitrário fazer uma interpretação alegórica:
Nestes versículos, encontramos a aplicação deste principio geral do caso do matrimônio.  Não há razão para imaginarmos que estes versículos sejam mais do que uma declaração daquilo que é verdadeiro no vínculo conjugal entre um homem e sua mulher, sendo bastante arbitrário sujeitá-los a uma interpretação alegórica.  (MURRAY, 2003, p. 267)
Murray esta dizendo que tanto o versículo 2 como o 3 são apenas usados para ilustrar a relação que o casamento tem com as pessoas, e os aspectos da lei para os crentes hoje, que não há razão de dizer que ali seria uma alegoria.  Simplesmente mostra a relação entre o marido e a esposa enquanto ambos estão vivos, ou seja, eles estão ligados um ao outro nos laços do matrimônio até que a morte os separe.  (MURRAY, 2003) 
3.2.2. I Coríntios 7
Paulo mais uma vez volta a abordar sobre o tema casamento, demonstrando para os crentes em Corinto sobre o que Deus espera que eles devam tratar o casamento e qual é a sua importância para o Senhor. (WELCH, 2004.).
Estudando a passagem bíblica e o material deste livro, lembre-se de que a instituição do casamento foi ordenada por Deus como parte do Seu plano para o homem.  ..., Ele tem regulamento e regras para o comportamento do homem dentro do plano.  (WELCH, 2004, p. 88)
Aqui o apóstolo passa a tratar sobre alguns questionamentos que alguns irmãos tinham feito a ele através de uma carta: “Quanto ao que me escrevestes” (1 Coríntios 7.1a).  Respondendo a este questionamento, ele passa a escrever sobre as relações entre as pessoas que são casadas com cristãos, aquelas que são casadas com descrentes e o relacionamento das solteiras em relação ao casamento.
Paulo então vai tratar sobre os assuntos como o do celibato e indo até a lei do casamento.  Depois, menciona qual é o relacionamento entre as pessoas que estão casadas com descrentes, ainda menciona qual deve ser o relacionamento entre o casamento e o serviço cristão e por fim fala da possibilidade de uma pessoa casar-se novamente.
A instrução de Paulo é bem clara sobre este contexto, em relação à pessoa permanecer no seu estado civil após sua conversão.  Isto ele está se referindo aquelas pessoas que tiveram seus laços matrimonias antes de sua conversão e seu cônjuge não teve.  Pois a “salvação não altera o estado civil; pelo contrário, deve intensificar a relação matrimonial” (WIERSBE, 2008, p. 773, v. 5). 
Nos versos de 2 a 5, Paulo trata sobre o relacionamento entre o casal e nas palavras de Prior o casamento é dom de Deus e está dentro de Seus planos.  Como o homem pode então rejeitá-los e refutá-los como se fossem coisas ruins e se entregando a práticas contrárias à vontade de Deus?  (PRIOR, 1993)
Principalmente porque Deus fez o casamento monogâmico e indissolúvel, e é visto que Paulo faz menção indireta sobre ele, é bem visível o assunto, pois o que ele fala no versículo 2, que “cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, o seu próprio marido”.  Esta frase indica que possivelmente Paulo estava em sua mente com os ensinos de Jesus sobre o casamento:
Então, respondeu ele: Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne? De modo que já não são mais dois, porém uma só carne.  Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.  (Mateus 19.4-6)
Também pode ser notado isto no capítulo anterior quando ele menciona: “Ou não sabeis que o homem que se une à prostituta forma um só corpo com ela? Porque, como se diz, serão os dois uma só carne.” (1 Coríntios 6:16).  Ao repetir a mesma frase outra vez em outra epístola, quando escreve para a igreja de Éfeso usando a mesma expressão: “Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne” (Efésios 5:31).
Ainda no capitulo 7 de 1 Coríntios sendo que um pouco mais a frente, ele aborda sobre a separação e comenta o dizendo que “aos casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido (se, porém, ela vier a separar-se, que não se case ou que se reconcilie com seu marido); e que o marido não se aparte de sua mulher” (1 Coríntios 7:10-11).  Mostrando que não estava nos planos de Deus a separação no casamento, e que o divórcio apenas foi permitido por causa da própria dureza do coração do homem (Marcos 10:5).
Prior mostra que não há necessidade de questionar ou de se fazer qualquer alvoroço para saber se o que Paulo estava escrevendo era uma coisa pessoal ou se era um ensinamento de Deus. 
Certamente não [sic] há nenhuma necessidade, ou justificativa para se traçar uma divisão entre os conselhos de Paulo e os verdadeiros ensinamentos de Jesus, como costumam fazer alguns autores.  A expressão no versículo 12: não o Senhor, não tem a intenção de indicar que Paulo está dizendo alguma coisa diferente, muito menos contrária, daquilo que o próprio Senhor teria dito (PRIOR, 1993, p. 129)
Existem aqueles que divergem da possibilidade de algum crente contrair um novo casamento, os que acreditam que podem contrair novas núpcias alegam que os crentes não estão mais sujeitos a servidão (1 Coríntios 7.15), e caso o seu cônjuge insiste em se divorciar eles não estão mais “presos” aos seus companheiros.  Outros, não tendo uma posição formada colocam algumas possibilidades como:
Quer essas palavras signifiquem que o crente não está obrigado a buscar reconciliação, quer elas queiram dizer que o crente está livre para casar-se novamente, dentro da comunidade cristã (comparar com a fraseologia do versículo 39), o fato é que não sabemos opinar entre as duas possibilidades.  (GUNDRY, 2007, p. 312)
A questão é independente das argumentações que as pessoas colocam, dizendo se é permitido ou não esta possibilidade.  A separação nunca esteve nos planos de Deus e é inquestionável a indissolubilidade.  Paulo não dá um mandamento direto, volta-se para o princípio de Gênesis 2, que foi utilizado também por Jesus em Mateus 19: “E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada.  Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne”.  (Gênesis 2.23-24).
E Jesus menciona a mesma coisa: “De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mateus 19.6), então não deveria haver tantos questionamentos quanto ao divórcio, já que as escrituras são tão claras nesta questão?

Pr. Anderson Roque Gouveia

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