INTRODUÇÃO
A fidelidade é sem dúvida, o fundamento de uma vida cristã equilibrada.
Podemos traduzir essa palavra, no grego “Pistis”, como Lealdade a ponto de
morrer-se por alguém ou alguma coisa.
Deus é a fonte de inspiração para a fidelidade, por isso, ele mandou seu
Filho Jesus, a morrer na cruz para nos salvar. O próprio Jesus demonstra sua
fidelidade em cumprir o seu propósito entregando-se a si mesmo por nós. Diante de tudo isso iremos observar nesse
trabalho a absoluta necessidade da fidelidade de Deus em nossas vidas e a nossa
fidelidade para com Ele.
1. Fidelidade
Para começar
consideremos por um momento a absoluta necessidade da fidelidade de Deus. A
salvação depende de sua fidelidade (I Coríntios 1:8-9); igualmente o livramento
da tentação (I Coríntios 10:13); a santificação (I Tessalonicenses 5:23); o
perdão de nossos pecados (I João 1:9); o livramento em tempos de sofrimento (I
Pedro 4:19); e a realização de nossa esperança de vida eterna (Hebreus 10:23).
Podemos ver com facilidade que todos os aspectos da vida cristã repousam sobre
a fidelidade de Deus, e temos a garantia de que “O Senhor é fiel em todas as
Suas palavras”. (Salmos 145:13).
A fidelidade de Deus
aparece em preceito ou exemplo em quase todas as páginas da Bíblia e é possível
descrever os atos divinos sem, de alguma maneira, tocar na Sua fidelidade.
Em nosso esforço por
temos um caráter semelhante ao de Deus, devemos estar seguros de que a graça da
fidelidade ocupe posição elevada em nossa vida. Esta não é uma virtude natural,
conforme o indica o lamento de Salomão que diz: “Muitos proclamam sua própria benignidade, mas
o homem fidedigno quem o achará”? (Provérbios 20:6).
Muitos professam
fidelidade, mas poucos a demonstram. A virtude da fidelidade é, com freqüência,
muito cara, e poucos estão dispostos a pagar o preço. Mas para a pessoa
piedosa, a fidelidade é uma qualidade de caráter absolutamente essencial, não
importa quanto custe.
Mais, precisamos para
tudo isso saber o que é fidelidade, como a praticamos, e quando a exibimos em
nossa vida?
A palavra fiel tem,
igualmente, a conotação de absoluta honestidade ou integridade. Pessoa fiel é
aquela de quem se pode depender, que é digna de confiança, leal, responsável em
todos os seus relacionamentos, absolutamente honesta e ética em todos os seus
negócios. Podemos observar a vida de Daniel, vemos que seus adversários
procuravam ocasião para acusá-lo a respeito do reino; mas não puderam achá-la,
nem culpa alguma; porque ele era fiel, e não se achava nele nenhum erro nem
culpa (Daniel 6:4).
Podemos observar
abaixo algumas características de uma pessoa fiel:
1.1 Honestidade absoluta
Uma característica
distintiva da pessoa fiel é a honestidade absoluta naquilo que diz e nos
assuntos pessoais, pois as escrituras dizem:
“Os lábios mentirosos são abomináveis ao Senhor, mas os que
obram fielmente são o seu prazer”, e “Balança enganosa é
abominação para o Senhor, mas o peso justo é o seu prazer” (Provérbios 12:22 e
11:1).
O Senhor abomina a
mentira e detesta as transações comerciais desonestas. Não só se nos ordena não
mentir, como também não enganar de nenhuma forma (Levítico 19:11).Mentimos ou
enganamos quando fingimos ser algo que não somos; quando, como estudantes,
colamos num exame, ou como contribuintes, deixamos de declarar toda a nossa
renda. O problema da honestidade permeia todas as áreas de nossa vida.
1.2 Confiabilidade total.
Daniel não tinha erro
nem culpa: ele era confiável e responsável. Era uma pessoa com quem se podia
contar. Poucas coisas são vexatórias do que confiar em uma pessoa
irresponsável. Salomão observou: “Como vinagre para os dentes e fumo
para os olhos, assim é o preguiçoso para aqueles que o mandam” (Provérbios
10:26).
Embora o termo
preguiçoso se refira a uma pessoa de hábito negligente, é a infidelidade que a
faz mais intensa. Se examinarmos um pouco mais a fundo, veremos que a “infidelidade”
está muito próxima da “desobediência”, porque o homem que desobedece a Deus soltou-se do único
apoio firme que ele pode ter, e sua direção na vida será controlada pelos
ventos inconstantes das circunstâncias e de seu desejo caprichoso. O homem que
não é controlado por Deus não tem motivo para cumprir a palavra ou
desincumbir-se das obrigações. Para a pessoa que pratica a piedade, a
responsabilidade é, pois, um dever não só para com o próximo, mas, o que é mais
importante, para com Deus. A confiabilidade não é apenas uma obrigação social,
é também, espiritual. Deus está mesmo mais interessado em nossa fidelidade do
que a pessoa que está dependendo de nós em alguma situação especial. Ele quer
que sejamos responsáveis mesmo que isso nos custe. È isto que distingue a
fidelidade piedosa da responsabilidade comum da sociedade secular.
1.3 Lealdade a toda prova
A pessoa fiel não é só
honesta e responsável, mas também leal. Na maioria das vezes a questão da
lealdade surge em conexão com nossos amigos. A palavra chegou a ter uma
conotação de estar ao lado de alguém através de todas as dificuldades, como
Salomão nos fala nas suas palavras: “Em todo tempo ama o amigo, e na
angústia se faz o irmão” (Provérbios 17:17).
Se a lealdade de uma
pessoa não garante sua fidelidade a outrem em épocas de tensão, então na
realidade ela não é amigo. Está apenas usando o outro para satisfazer a algum
de seus interesses sociais.
Jônatas, filho do rei
Saul, nos proporciona o melhor exemplo de lealdade registrado na Bíblia, com
sua leal amizade com Davi. Quer se trate de honestidade, responsabilidade ou
lealdade, com freqüência a fidelidade é uma virtude de alto custo. Só o
Espírito Santo pode levar-nos a pagar o preço. Há, contudo, um tipo de lealdade
que devemos evitar, é a lealdade cega. Este tipo recusa-se a admitir os erros e
falhas do amigo, o que é, na realidade, um erro. Só o amigo verdadeiramente
fiel se preocupa o suficiente conosco para empreender a ingrata tarefa de
mostrar onde erramos. Ninguém gosta de ser confrontado com suas faltas, pecados
ou erros, por isso com freqüência dificultamos a nossos amigos faze-lo. Como
resultado, a maioria de nós prefere conversar sobre coisas agradáveis a falar a
verdade. Isto não é lealdade. A lealdade fala verazmente com fidelidade, mas
também com amor.
Conclusão
O primeiro passo para
o crescimento na fidelidade é reconhecer o padrão bíblico. Como vimos à
fidelidade implica absoluta honestidade, total responsabilidade, e inabalável
lealdade. Ela deve ser como a de Daniel: sem erro nem culpa. È preciso que nós
desenvolvamos convicções consistentes com este padrão, baseadas na Palavra de
Deus e planejemos memorizar um ou mais versículos sobre esse tema, fidelidade.
O segundo passo é avaliar nossa vida com o auxílio do Espírito Santo.
Lembremo-nos que não podemos tornarmos uma pessoa fiel meramente tentando sê-lo.
Mas Também é verdade que nós não nos tornaremos pessoas fiéis sem tentarmos. A
fidelidade é algo que devemos fazer, muito embora seja, ao mesmo tempo, fruto
do Espírito. Por isso finalizo esse trabalho com o desafio de buscar crescer na
graça da fidelidade para com Deus e com o próximo e assim poder ouvir do
Senhor: “Muito bem, servo bom e fiel”.
Referências Bibliográficas
BARCLAY, William. As Obras da Carne e o Fruto do
Espírito. São Paulo: Vida Nova, 1985.
BRIDES, Jerry. Exercita-te na Piedade. São Paulo, Vida, 1984.
TENORIO, Sebastião. Apostila EBD “O Fruto do Espírito”.
ROSEMEIRE MARIA DA SILVA GOUVEIA
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