Como o cristianismo parecia ameaçar a cultura greco-romana,
Diocleciano fez uma fracassada tentativa de destruí-lo entre 303 e 305. Mais
astuto, Constantino, seu sucessor, compreendeu que se o Estado não podia
destruí-lo pela força, o melhor seria usar a Igreja como um aliado para salvar
a cultura clássica. O processo pelo qual a Igreja e o Estado chegaram a um
acordo começou quando Constantino conseguiu o controle completo do Estado.
Mas, conta-se que num sonho antes da batalha, Constantino
teve a visão de um monograma composto das duas primeiras letras gregas do nome
de Cristo. No dia seguinte ordenou que seus soldados inscrevessem aquele
monograma em seus escudos. Outra estória conta que marchando um dia com seu
exército, viu a imagem da cruz aparecer na frente do sol com as palavras
"A este sinal, conquiste".
E que durante o inverno de 312 e 313, escreveu a um oficial
no norte da África instruindo-o a suprir financeiramente o bispo de Cartago
para que pagasse despesas do clero. Quando ele e Licínio se encontraram em
Milão em 313, baixaram um edital garantindo a todas as pessoas liberdade para
seguir a religião que quisessem.
Seus sentimentos cristãos também resultaram em leis
permitindo a bispos decidirem sobre processos judiciais, eliminarem qualquer
marca na face (porque maculava a imagem de Deus), côrtes judiciais e oficinas
aos domingos e acabarem com jogos gladiadores. Dessa maneira, favoreceu o
cristianismo.
Mas, na verdade, Constantino observara a coragem e
determinação dos mártires cristãos durante as perseguições promovidas por
Diocleciano, em 303. Sabia que, embora ainda fossem minoritários, os cristãos
se concentravam nos grandes centros urbanos, principalmente em território
inimigo. Foi uma jogada de mestre, do ponto de vista estratégico, fazer do
Cristianismo a Religião Oficial do Império: Tomando os cristãos sob sua
proteção, estabelecia a divisão no campo adversário. Constantino visava dotar a
Igreja de uma doutrina padrão, pois as divisões, dentro da nova religião que
nascia, ameaçavam sua autoridade e domínio. Era necessário, portanto, um Concílio
para dar nova estrutura aos seus poderes.
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