Mui difícil ao poeta é explicar esta dor gostosa de abrigar. E musa de maldosa crueldade que atende pelo nome de saudade.
As estórias do pai e avô que encantaram duas gerações. Meu pai, meu amigo que o céu levou. Sempre presente em doces recordações.
Prossegue a vida o veloz decurso; Ah! saudades do primeiro curso. A bela Creusa, professora amada que me ensinou o B A BA.
Quão rápido passou o templo. No espelho algóz me contemplo: os fios prateados, as carquilhas... E lembranças das cousas antigas.
Sentado à poltrona na sala vazia, recordo meus filhos em vibrante euforia. O “corre-corre”, a luta-livre com o pai que, fingindo nocaute, cambaleia e cai.
“Ganhamos”, “ganhamos”! Bradavam inocentes Vendo o pai encenando voz plangente. Ah! tempo bom! Não existia solidão, Apenas um lar curtindo amável confusão.
Hoje, na mesma sala, quietude inquieta que maltrata e o coração aperta! Cresceram! Não mais corre-corre, confusão Nem jogo de botão e um pai “fingindo” no chão.
Não sei explicar. A saudade chegou E no coração do velho pai se aninhou. Eles cresceram. Seguiram os seus ideais; eu choro! Saudades de um tempo que não volta mais.
Pr. José Infante Júnior
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